terça-feira, 10 de novembro de 2015

Plano de História

                                                      Articulação de História 
  Projeto Consciência Negra
                                                  Plano de Aula 05/11/15
                                             
Objetivos
Identificar a diversidade dos povos do continente africano.
Analisar a influência da cultura africana sobre a cultura brasileira.
Conhecer alguns líderes negros que lutaram pela igualdade, valorização e respeito.
Valorizar a cultura afro-brasileira e combater sua discriminação.
Desenvolver a linguagem oral e escrita.
Desenvolvimento
1° momento: Para introduzir o tema, convide os alunos para ouvirem o áudio da música “Alma não tem cor”, de Chico Cesar. Duração: 4min15seg.
A letra da música “Alma não tem cor” 
 Para verificar a compreensão dos alunos quanto à música de Chico Cesar, pergunte aos alunos:
 O que o cantor quis dizer com “alma não tem cor”?
Quem concorda com o cantor? Por quê? E quem discorda? Por quê?
Vocês sabem qual país possui a segunda maior população negra do planeta?
(Brasil. Fonte: BRANDÃO, Ana Paula (coord.). Memória das Palavras (A Cor da Cultura). Disponível em: http://www.acordacultura.org.br/sites/default/files/kit/Memoria_MEC.pdf. Acesso em 15 de novembro de 2014.)
Quem conhece manifestações da cultura afro-brasileira (na música, na dança, na religião, na culinária etc.)? Dê alguns exemplos.
O que vocês já ouviram sobre a África?
Muitas palavras usadas no nosso dia-a-dia vieram da África, vocês saberiam dizer algumas delas?
2 momento: Após a atividade, o grupo que obtiver o menor número de pontos deverá apresentar para o restante da turma, na aula seguinte, um poema africano, em forma de jogral.
 Sugere-se para a leitura o poema “Raízes”, de Olinda Beja, poeta e narradora africana, de São Tomé e Príncipe. Explique aos alunos que o poema está escrito na língua portuguesa, a mesma falada em Portugal.



RAÍZES
Olinda Beja
 Há rumores de mil cores enfeitando o espaço
de gorjeios infantis
transportando aquele abraço de anãs juvenis
árias que perduram na mensagem
da nossa voz e da nossa imagem.

São rumores de tambores
repercutindo a esperança de olhares inquietos
toada de lembranças
liturgia de afectos.

São rumores maternais
presos à terra que nos diz
que só o maior dos vendavais
arranca da árvore a raiz.

  Sugestão ao professor

 Disponibilize um espaço no início da aula para o poema africano “Raízes”, de Olinda Beja. Após a apresentação, pergunte aos alunos o que acharam do poema e se alguém já havia lido algum poema africano.
  Divida a turma em CINCO grupos e solicite que elaborem uma apresentação em forma de cartaz, sobre os líderes negros definidos para cada grupo, considerando: onde o líder nasceu e viveu, contra o que lutou, como foi sua vida e qual o resultado dessa luta. Desta forma, a apresentação deverá conter pelo menos uma imagem de cada líder, uma síntese da vida desse líder e a importância de sua atitude e da luta pela qual fez parte. Solicite ainda que os integrantes do grupo reflitam e discutam entre si sobre a mensagem que acreditam que tal líder deixou para nós e registre essa opinião ao final da apresentação.


GRUPO I – ZUMBI DOS PALMARES
WIKIPÉDIA. Zumbi dos Palmares. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Zumbi_dos_Palmares. Acesso em 15 de novembro de 2014.

GRUPO II – JOSÉ DO PATROCÍNIO
WIKIPÉDIA. José do Patrocínio. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_do_Patroc%C3%ADnio. Acesso em 15 de novembro de 2014.

GRUPO III – JOÃO CÂNDIDO
WIKIPÉDIA. João Cândido. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_C%C3%A2ndido. Acesso em 15 de novembro de 2014.

GRUPO IV – MARTIN LUTHER KING JR.
WIKIPÉDIA. Martin Luther King Jr. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Luther_King_Jr. Acesso em 15 de novembro de 2014.

GRUPO V – NELSON MANDELA
WIKIPÉDIA. Nelson Mandela. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Nelson_Mandela. Acesso em 15 de novembro de 2014.

 Convide os grupos a apresentares seus líderes aos demais colegas. Ao final da apresentação, pergunte aos alunos quem conhecia a história de algum daqueles líderes; quem já tinha ouvido falar e nunca procurou saber quem foi tal líder; e, ainda, se compreenderam um pouco sobre o papel e importância de cada um na luta pela valorização e respeito ao povo negro.


Músicas para trabalhar na semana da consciência negra
O canto das três raças – Clara Nunes
Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil

Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou

Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou

Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
de guerra em paz
De paz em guerra

Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor

ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô

E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador

Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor
A carne – Elza Soares

A carne mais barata do mercado é a carne negra
5x

que vai de graça pro presídio
e para debaixo de plástico
que vai de graça pro subemprego
e pros hospitais psiquiátricos

A carne mais barata do mercado é a carne negra
5x

que fez e faz história
segurando esse país no braço
o cabra aqui não se sente revoltado
porque o revólver já está engatilhado
e o vingador é lento
mas muito bem intencionado
e esse país
vai deixando todo mundo preto
e o cabelo esticado

mas mesmo assim
ainda guardo o direito
de algum antepassado da cor
brigar sutilmente por respeito
brigar bravamente por respeito
brigar por justiça e por respeito
de algum antepassado da cor
brigar, brigar, brigar

A carne mais barata do mercado é a carne negra
5x




Racismo é burrice
 Gabriel Pensador


Salve, meus irmãos africanos e lusitanos
Do outro lado do oceano
"O Atlântico é pequeno pra nos separar
Porque o sangue é mais forte que a água do mar"

Racismo, preconceito e discriminação em geral
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal, que justificativa você me dá
Para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente, infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente
Esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão
Na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral

Racismo é burrice

Não seja um imbecil
Não seja um ignorante
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O que que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco
Aliás, branco no Brasil é difícil
Porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda, então olhe para trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou
Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor
Uns com a pele clara, outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse: racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final
Faça uma lavagem cerebral

Racismo é burrice

Negro e nordestino constroem seu chão
Trabalhador da construção civil, conhecido como peão
No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu apartamento
Ou o que lava o chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento
Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia
Graças ao negro, ao nordestino e a todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
O Juiz Lalau ou o PC Farias
Não, você não faria isso não
Você aprendeu que o preto é ladrão
Muitos negros roubam, mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você ou seja o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa música você aprender e fazer
A lavagem cerebral

Racismo é burrice

O racismo é burrice, mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não para pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Nenhum tipo de racismo - eu digo nenhum tipo de racismo - se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo mundo que é racista não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse: racismo é burrice
Como eu já disse: racismo é burrice

Racismo é burrice

E se você é mais um burro, não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu

É você

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