Projeto Consciencia Negra - 2020

 

Prefeitura Municipal de Itamaraju

 

Secretaria Municipal de Educação de Itamaraju

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PROJETO CONSCIÊNCIA NEGRA

 

 

 

“Brasil do Verde ao Preto; Com todas as letras, tons, ritmos, diversidades e sons”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Itamaraju-Bahia

2020

 

SUMÁRIO

  1. INTRODUÇÃO

 

02

  1. JUSTIFICATIVA

 

 

  1. OBJETIVO GERAL

 

 

  1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 

 

  1. REFERENCIAL TEÓRICO

 

 

 

  1. ANO

 

7.      AÇÕES METODOLOGICAS

 

 

  1. CRONOGRAMA

 

 

  1. RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS

 

 

  1. AVALIAÇÃO

 

 

  1. REFERÊNCIAS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. INTRODUÇÃO

 

O projeto CONSCIÊNCIA NEGRA, tem como finalidade principal a tentativa de despertar o educando e a sociedade para um fato do cotidiano que é a discriminação racial, fato ainda ignorado por muitos, como sendo algo que não existisse. Envolver crianças, adolescentes, jovens e adultos nesse tema requer um aspecto motivador, surgindo assim o interesse maior pela cultura e tipo de vida dos nossos antepassados.

No campo da educação, promover uma reflexão, voltada para o respeito e convívio harmônico com a diversidade, deve-se partir de temáticas significativas do ponto de vista ético, propiciando condições desde a mais tenra idade, para que os alunos e alunas desenvolvam sua capacidade dialógica, tomem consciência de nossas raízes históricas que ajudaram e ajudam a constituir a cultura e formar o território brasileiro, pois, o preconceito e o racismo são uma das formas de violência que ainda se destacam nessa sociedade.

Pensando nisso a esta proposta de trabalho se tem o desafio de fomentar uma articulação que promova uma educação com base nos princípios antirracista e não discriminatório capaz de reverberar em atitudes e relações do cotidiano de estudantes e profissionais da educação.

Trabalhar a temática em torno da consciência negra perpassa envolver elementos que por muito tempo foram e que infelizmente ainda são identificados na sociedade brasileira, sendo que aos profissionais da educação cabe a necessidade de reconhecer a legitimidade dessa discussão, identificando, por exemplo, que o processo de miscigenação, não corresponde a uma simples mistura de raças e etnias, mas sim a um processo violento que levou a criação de um mito, e a este a existência da ideia de Democracia Racial.

No que tange a lógica deste mito, o mesmo possibilita a existência da permissão de um discurso em que o Brasil não é um país racista, e que as pessoas não discriminam, nem violentam e inferiorizam os povos negros e indígenas. Pensando nessa imposição da estrutura do racismo e suas interfaces, este projeto orienta para um trabalho de valorização e protagonismo do povo negro, a partir das contribuições originárias africana e posteriormente afro-brasileiras.

Assim é pensado um trabalho que aponte caminhos possíveis de reflexões sobre a temática e seus objetivos, de modo que haja uma articulação com um currículo contextualizado e significativo ao adentrar em uma proposta que pense os componentes curriculares, e as possibilidades de correlações que suscite uma abordagem interdisciplinar pedagógica. Norteando os profissionais envolvidos a pensar na possibilidade e necessidade de uma educação que dê visibilidade para as relações étnico-raciais no contexto escolar.

 

 

  1. JUSTIFICATIVA

A discussão sobre o 20 de novembro busca ascender à luta e resistência de um povo que neste mesmo dia e mês do ano de 1695 perdera um de seus grandes representantes na busca por liberdade e resistência da história do povo negro. Zumbi, o grande líder do Quilombo dos Palmares, que deixou o seu legado, persistência e encorajamento para esse povo que vivenciou e vivenciam as mazelas presentes na história, desde a vinda forçosa de terras africanas, o Atlântico, até as terras brasileiras.

Essa trajetória marcadamente presente na história do Brasil, durante muito tempo, tem como característica ao ser trabalhada na educação, uma abordagem que naturaliza a superioridade perante os povos que foram escravizados, e reforçam a posição colonizadora de inferiorizar o negro. Por essa percepção, já não mais é possível sustentar modelos e práticas pedagógicas que compactuem com uma posição racista, que insiste em trabalhar o negro enquanto escravizado e subordinado ao homem branco.

Tais considerações levam a perceber que entender o 20 de novembro, é compreender a reflexão que deve ser tomada para a existência de uma Consciência que perceba o negro, enquanto ser humano, e cidadão que possui os seus direitos e também deveres em uma sociedade. Compreendendo-o enquanto sujeitos em potencial, que merecem e podem ocupar lugares historicamente negados a eles, e assim resistir como o grande líder Zumbi dos Palmares resistiu às lutas diárias, mas a essas, se tem o desafio de vencê-las, pois infelizmente foram transferidas histórica e socialmente para este povo.

Sobre isso é importante sinalizar a presença do racismo muitas vezes disfarçado, o que leva a uma repercussão a longo prazo, podendo impactar diretamente o processo de construção de identidade dos sujeitos. Esse processo de identidade inicia-se desde os primeiros anos de vida, na instituição social da família, porém com o decorrer do tempo outras instituições sociais passam a colaborar de forma satisfatória ou não em sua composição. A escola seria uma dessas instituições que atuam diretamente na construção desse processo, tornando-se um elemento de representatividade nessa formação. Gomes (2002, p.39) afirma que:

A escola pode ser considerada, então, como um dos espaços que interferem na construção da identidade negra. O olhar lançado sobre o negro e sua cultura, no interior da escola, tanto pode valorizar identidades e diferenças quanto pode estigmatizá-las, discriminá-las, segregá-las e até mesmo negá-las.

 

Promover essa reflexão torna-se necessária, ao passo que reconhecemos que a participação da escola, enquanto instituição social diretamente presente na vida de crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos, que se encontram inseridos em inúmeras comunidades deste país, pode contribuir de forma satisfatória para a promoção da construção e reconhecimento da identidade negra.

Promover essa construção leva a também reconhecer e a melhor perceber as disparidades que apontam para o abandono escolar, em que segundo a UNICEF (2012, apud DAYRELL; JESUS, 2016, p. 410):

[..] a discriminação racial é uma das principais barreiras que os jovens adolescentes brasileiros enfrentam para ter garantido seu direito à educação. Do total de excluídos da escola, a maioria é negra e parda. E a discriminação não se manifesta apenas na dificuldade de acesso, mas também na continuidade da vida escolar. A média de anos de estudo da população negra é de 6,7 anos ante 8,4 da média da população branca. Essa diferença indica que as taxas de repetência e abandono escolar entre adolescentes negros são maiores que entre os brancos. É uma evidência de que a discriminação racial interfere de forma significativa no rendimento escolar dos alunos do Ensino Fundamental e Médio.

 

Frente a essas e outras questões tornou-se possível reconhecer a necessidade de reparação da dívida histórica perante o povo negro, mas ressalta-se a intensa luta e resistência do Movimento Negro, que insistentemente vem trilhando um percurso que através de embates e diálogos torna possível a criação das políticas de ações afirmativas no Brasil.

Na educação as Leis 10.639/2003 e posteriormente a Lei 11.645/2008 torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Indígena, passando a vir a ser um caminho possível, para romper com a lógica do colonialismo que insiste em seu projeto civilizatório de violentar e inferiorizar o negro.

Diante dessas considerações, este projeto defende a necessidade de um trabalho em que haja a promoção da valorização e do reconhecimento das contribuições desse povo que tanto fora violentado, inferiorizado e insistentemente invisibilizado pela sociedade. Para que esta articulação interaja positivamente na luta antirracista, coadunando com o processo de reconhecimento, pertencimento e expansão identitária de um povo.

 

 

  1. OBJETIVO GERAL

Promover a valorização e o protagonismo do povo negro, levando os estudantes a refletirem sobre a potencialidade deste povo, a partir de suas contribuições originárias africanas e afro-brasileiras, e a se perceberem enquanto parte desse povo, e que também podem vir a desenvolver contribuições para a sociedade.

 

  1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

       Desconstruir a visão colonizada em relação ao continente africano e reconhecer a diversidade, os saberes e conhecimentos dos seus povos;

       Desmistificar a existência da democracia racial no Brasil, revelando as consequências da teoria do branqueamento para a população brasileira;

       Conhecer os processos que levaram a existência do “Dia da Consciência Negra” bem como as discussões negativas e positivas acerca desta data;

       Compreender a relação dos mecanismos da estrutura doracismo, com a negação do eu, da identidade;

       Fomentar a autoafirmação, a identidade, o empoderamento, e o protagonismo afro brasileiro;

       Identificar e conhecer a representatividade negra em diferentes campos da sociedade;

       Apreciar a vídeos, filmes, slides, lives, etc., que retratem a temática abordada;

       Produzir materiais que exponham as compreensões da proposta desenvolvida;.

 

 

  1. REFERENCIAL TEÓRICO

Discorrer sobre a necessidade em trabalhar a discussão em torno da consciência negra, tomou uma maior visibilidade nos últimos anos, ao considerar as políticas de ações afirmativas, criadas enquanto mecanismos de uma reparação histórica, e a essas dentre os seus interesses, possibilitar a participação do negro nos espaços a ele negados historicamente na sociedade.

No que trata sobre as políticas de ações afirmativas, podemos citar primeiramente a Lei 10.639/2003, por considerá-la um marco, que impõe para a educação o ensino obrigatório de História e Cultura afro-brasileiras. Nessa descrição cabe observar que para a realização de um ensino que aborda tais questões, fora necessário a obrigatoriedade, pois inserir a discussão racial nos diferentes ambientes sociais é um desafio constante contra a deslegitimação da sua relevância.

Unindo a essa discussão foi criada as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004), possibilitando a inserção de trabalhos que melhor oriente a valorização e o protagonismo necessário para o exercício de uma educação que fomente a igualdade racial e a luta antirracista. Assim essa política curricular se baseia em:

“[...] dimensões históricas, sociais, antropológicas oriundas da realidade brasileira, e busca combater o racismo e as discriminações que atingem particularmente os negros. Nesta perspectiva, propõe A divulgação e produção de conhecimentos, a formação de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos orgulhosos de seu pertencimento étnico-racial [...]” (BRASIL, 2004, p. 10)

Dentro dessa perspectiva a Base Nacional Comum Curricular, e o Documento Curricular Referencial da Bahia para Educação Infantil e Ensino Fundamental (BAHIA, 2019), orientam para tal discussão, a partir de seus temas contemporâneos transversais e os temas integradores.

Torna possível perceber nesta breve discussão em torno das políticas de ações afirmativas, que o 20 de novembro enquanto data não se refere apenas a um dia isolado, mas sim há um trabalho de resistência e esforços daqueles que não se cansam e insistem em proporcionar uma sociedade mais consciente e integrada as causas da população negra.

Esforços como esses interagem com o “pensar certo” tão carona discussão levantada pelo educador Paulo Freire (1996), sendo que a este pensar, se tem a necessidade de não compactuar com práticas discriminatórias dentre estas a racial, em que segundo Freire (1996, p. 17): “[...]ofende a substantividade do ser humano [...]”. Estando o ato de ensinar diretamente ligado a essa prática e percepção de atos opressivos e que violenta a condição racial dos sujeitos.

Coadunando a essa perspectiva, Carneiro (2008) problematiza a necessidade da educação não mais compactuar com a lógica do dispositivo da racialidade, que a partir de práticas cotidianas contribuem para a introjeção da inferioridade intelectual e negação do saber e do conhecimento em estudantes negros. Segundo a autora (2008, p.300): "É a educação como instrumento de luta de emancipação, a que se constrói como adensamento, consciência e resistência." Assim Carneiro considera de grande relevância, a busca por outros modos de subjetivação, para o rompimento com estruturas que se organizam a partir do dispositivo da racialidade, tornando-se assim uma questão a ser fomentada pela educação.

Tais considerações percebem a educação enquanto instrumento capaz de romper com ações que por muito tempo se orientou por bases discriminatórias. Logo, ao fomentar uma proposta de trabalho em torno da consciência negra, se tem a necessidade de perceber que trabalhar isoladamente os componentes curriculares do currículo escolar, leva a um não alcance da complexidade da temática, assim como também o olhar sensível e integrado pensado na contemporaneidade. Por isso a interdisciplinaridade orienta para um trabalho que envolva as discussões das áreas de ensino. Segundo Thiesen (2008, p. 550-551):

Um processo educativo desenvolvido na perspectiva interdisciplinar possibilita o aprofundamento da compreensão da relação entre teoria e prática, contribui para uma formação mais crítica, criativa e responsável [...] Por certo as aprendizagens mais necessárias para estudantes e educadores, neste tempo de complexidade e inteligência interdisciplinar, sejam as de integrar o que foi dicotomizado, religar o que foi desconectado, problematizar o que foi dogmatizado e questionar o que foi imposto como verdade absoluta. Essas são possivelmente as maiores tarefas da escola nesse movimento.

 

Diante dessas colocações torna possível perceber que pensar em uma proposta de trabalho sobreo 20 de Novembro requer um compromisso ético e político dos profissionais da educação, pois cabe reconhecer primeiramente a existência do racismo, e que em resistência a essa estrutura deve haver reflexões como esta, que promova a valorização e reconhecimento de um povo, e assim resulte na produção de novos modos de subjetivação nos estudantes e professores enquanto atores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.

 

 

  1. ANO

O presente projeto tem como destino os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental da rede municipal de ensino de Itamaraju, cabendo a sua realização de acordo com as necessidades e especificidades de cada série/ano.

 

  1. AÇÕES METODOLOGICAS

 

No que tange o processo de desenvolvimento, esta proposta se dará em três momentos, sendo que o primeiro corresponde à abordagem literária e produção textual, contemplando a literatura negra, afro-brasileira e africana, bem como a apresentação das autoras e autores negros, e suas contribuições na produção do conhecimento.

Por literatura se tem uma disposição de gêneros, que favorece adentrar nas suas especificidades e contemplar as suas reflexões. Por isso, trabalhar textos que compõem o conjunto literário afro-brasileiro, contribui para a aproximação de tais produções de conhecimento que ainda não se tem maiores visibilidades.

A isso torna relevante um trabalho que aborde as escrevivências, conceito este cunhado pela autora Conceição Evaristo (2008), que enquanto mulher, negra, utiliza a escrita como sendo um registro das experiências daquilo que é vivido, e a sua relação com a história, as memórias, e a ancestralidade. E a essas escritas à resistência e um registro poético de vozes que por muito tempo foram silenciadas.

Atualmente autoras e autores negros tem iniciado um trabalho de maior propagação de suas autorias, um dos motivos observados se dá pelo maior uso da internet, e redes sociais. A literatura infanto-juvenil traz exemplos de produções como O mundo no blackpower de Tayó, de Kiusam de Oliveira, que nesta obra apresenta uma personagem cheia de autoestima e empoderada para enfrentar a discriminação racial de colegas por conta do seu cabelo. Assim como também a obra Amoras, de Emicida, que utiliza a poesia como um caminho para mostrar a importância de nos reconhecermos importantes no mundo, e a obra As Lendas de Dandara, de Jarid Arraes que leva a todos conhecerem a guerreira Dandara, uma líder quilombola.

 Cabe também ressaltar a necessidade de trabalhar obras de autoras como Carolina Maria de Jesus, umas das primeiras e grandes escritoras negras do país, e considerada uma precursora na escrita sobre as condições do negro no Brasil no contexto das décadas de 1950 e 1960, em que expõe, por exemplo, na obra Quarto de despejo: Diário de uma favelada, as condições de vulnerabilidade social na qual os moradores de uma favela enfrentavam. Mas que diante dessas violências, Carolina, negra e semianalfabeta, resistia apoiando-se no seu grande desejo de ser uma escritora, tornando a escrita o seu refúgio e registro de uma realidade cotidiana.

No que trata sobre a literatura africana, tem-se o exemplo da autora nigeriana ChimamandaNgoziAdichie, que dentre suas obras, realiza um alerta em O perigo de uma história única, e torna possível, por exemplo, para turmas do nono ano adentrar e desmistificar muitos estereótipos em relação ao continente africano.

Exemplos como esses orientam para melhor entender que neste primeiro momento cabe levantar produções literárias de autoras e autores negros que apresentam a resistência e protagonismo do povo negro através das suas escritas, e assim levar os estudantes a perceberem que eles também podem ser escritores de suas realidades.

Para o segundo momento compreende um trabalho em que as disciplinas de Matemática, Ciências, História, e Geografia, irão desenvolver propostas descritas a seguir.

Na Matemática poderá realizar inicialmente um resgate em torno das suas origens,e a essa se pode relacionar há um trabalho com jogos africanos e sua relação com os seus povos como, por exemplo, o jogo Shisima, jogado na parte ocidental do Quênia. Oportal Geledés(2013) apresenta que: “Na matemática trabalhamos com a construção do tabuleiro, onde é possível explorar conceitos matemáticos de geometria (raio, diâmetro, círculo, circunferência,…), frações, medidas, ângulos e principalmente o desenvolvimento do raciocínio lógico.” Também se tem o jogo Yoté, conhecido no oeste da África, mas especificamente no Senegal. Ainda segundo o portal Geledés (2013):

Em alguns países africanos, os jogos de estratégia, como o Yoté, estão muito ligados às tradições. As táticas de jogo são verdadeiros segredos de família, passados de geração em geração; as crianças são iniciadas ao conhecimento do jogo quando estas se mostram aptas ao raciocínio estratégico. [...] Classificado entre “os melhores jogos da infância” pelo Comitê Internacional da UNICEF, este jogo desenvolve muito a sagacidade e o sentido de observação. Com uma estrutura e regras totalmente baseados em estratégia, o Yoté incentiva o educando ao raciocínio, desde o posicionamento da primeira peça até a percepção de que se ganhou ou perdeu a partida.

 

Sugere ainda um trabalho que apresente as contribuições de matemáticos negros para a história desta ciência, tendo como sugestão à apreciação do filme “Estrelas além do tempo”, para uma melhor percepção em relação à representatividade negra namatemática.

Em Ciências pode ser apresentada aos estudantes a percepção e a relação do homem com o universo, de modo que seja possível identificar que na cultura africana, se preconiza o cuidado e a atenção com a natureza, enquanto inserida na Terra, fonte de vida dos povos. Segundo Domingos (2011, p. 9): “Na concepção africana o homem participa da força vital que o liga à terra, força que é representada pelos gênios, espíritos ou deuses que estão ligados à terra e à natureza.” Enfatiza ainda que:

“A Terra para os Africanos antes de ser o espaço do qual o homem se apropria, é uma entidade espiritual na qual ele se encontra. Potência indispensável para a vida, ela é o lugar vital que possui o homem, que nasceu da terra, e a ela retorna na morte. Neste sentido, a relação entre o homem e a terra está no plano cosmológico, é como a ligação entre a criança e seus genitores biológicos.” (DOMINGOS, 2011, p.10)

 

A essa concepção africana, pode-se criar paralelos com a condição atual do meio ambiente enquanto as ações do homem moderno e seus interesses econômicos. Sendo que unindo a isso pode-se apresentar produções tecnológicas de baixo impacto ambiental produzidas atualmente no continente africano, e suas contribuições para o coletivo.

A etnoastronomia também pode vir a ser um importante recurso para o reconhecimento dos saberes dos povos africanos que aqui no Brasil deixaram suas heranças, e a essas a junção com os saberes indígenas. Segundo Afonso (2006, p. 79):

A etnoastronomia pode contribuir para aperfeiçoar o ensino-aprendizagem no ensino fundamental, pois envolve conteúdos das áreas de ciências e geografia. Através da observação do céu, o aluno encontra respostas para os fenômenos naturais. Em uma noite estrelada, ele identificará, facilmente, as principais constelações, os pontos cardeais e a estação do ano. A etnoastronomia ajudará, também, na capacidade de abstração, no senso de integração com a Natureza, no desenvolvimento da verbalização, na capacidade narrativa e na articulação de enredos.

 

Nesse sentido, em Ciências caberá uma interlocução entre concepções dos povos africanos e sua relação com a terra e o universo, tornando possível no processo de ensino-aprendizagem a compreensão de que os povos africanos desde sempre produzem e interagem com os mais diversos conhecimentos/saberes.

Em História se propõe utilizar a sugestão já citada neste projeto, da autora nigeriana ChimamandaNgoziAdichie, O perigo de uma história única, pois a partir dessa provocação é possível levar os estudantes a conhecer e identificar no continente africano as suas riquezas e as heranças que herdamos desse território. Assim como também, correlacionar à visão preconceituosa e estereotipada para com os povos africanos, advinda do paradigma da modernidade, que moldou o pensamento ocidental.

Paralelo a isso o documentário Brasil Lá Angola Cá: diálogos trans-inter-atlânticos de Sayonara Andrade (duração 20 min 49 seg) possibilita a aproximação e o conhecimento, ao considerar o diálogo feito entre estudantes de uma escola pública de Teixeira de Freitas-BA com estudantes de Luanda, Angola.

Seguindo a proposta pode-se trabalhar com o conceito de ações afirmativas e sua importância para as conquistas e avanços da população negra na história deste país. Trazendo exemplos autobiográficos de profissionais que conquistaram a profissão desejada em decorrência de tais ações. E a essas a relação com a resistência e luta do Movimento Negro Unificado (MNU), que merece ter a sua história e contribuições visibilizadas, podendo propor aos estudantesdentro dessa discussão, mas a partir da realidade atual, a produção de uma Carta Convocatória coletiva, em que expusessem a causa da população negra nos dias atuais.

Diante dessas sugestões cabe ainda inserir a história das bonecas Abayomi, enquanto símbolos de resistência, memória e identidade. Elementos esses relevantes para esta proposta de trabalho.

Com base nas unidades temáticas e suas especificidades, enquanto objetos e habilidades, em História, é possível perceber abordagens que apresentam a África e a cultura afro-brasileira, mas nota-se que ainda existe a necessidade de um olhar mais atento e sensível para povos e territórios silenciados, por isso foram pensadas sugestões que descolonize a visão criada historicamente pelo colonizador.

Para Geografia é possível utilizar a abordagem em torno da árvore símbolo do continente africano, o Baobá, pois a este se tem uma discussão cara a geografia ao considerar a sua ligação com o modo em que os povos da África interagem com a natureza, e com o espaço, a esta discussão Waldman (2012, p. 225)destaca que:

Dignificados enquanto marco identitário, os Baobás confirmam um mandato repassado por gerações que habitam o reino dos antepassados, ciosamente resguardado em nome da tradição. Assim, bem mais do que uma árvore, o Baobá é, por excelência, o guardião de sentidos e significados endossados pelos povos da África, pelas suas sociedades e culturas, seus modos de ser, suas aspirações, expectativas de vida e religiosidade. Nesta via de entendimento, a robustez da árvore e a capacidade em sobreviver por séculos, refletem a perpétua disposição dos povos africanos em continuar a manter sua presença no tempo e no espaço. Ademais, explicitando-se enquanto referência espiritual da vida comunitária, o Baobá assegura que independentemente do que vier a acontecer, ele é repositório da experiência ancestral, cujos ensinamentos, são permanentemente reapresentados às novas gerações.

 

A partir dessa concepção é possível criar um paralelo aos modos de conceber as práticas do homem ocidental sobre a natureza e as consequências de tais ações na dinâmica climática, pois aos povos africanos se tem o reconhecimento da natureza enquanto marcador de sua territorialidade e ancestralidade, o que leva a torna-la sagrada e valorizada.

Uma outra sugestão de trabalho consiste em correlacionar a questão demográfica do Brasil, que segundo Anjos (2010) o denomina “Brasil africano”, com o conceito de identidade racial. Sendo a essa questão demográfica, Anjos afirma que:

“[...] tem ficado historicamente sem resposta adequada, por um conjunto complexo de fatores.Um dos estruturais está relacionado aos critérios de aferição racial oficiais, que levam à subestimação do número real de cidadãos de matriz afro-brasileira que integram o país.” (ANJOS, 2010, p.16-17).

 

Sobre isso o pesquisador discute a negação e minimização da população negra no Brasil, expondo em um gráfico correspondente ao período entre 1940 a 2000 a evolução da população quanto ao preto e ao pardo, dados este segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Ficando evidenciado que no que se refere ao preto teve um declínio, e ao pardo um largo crescimento.

A esse tipo de provocação pode-se relacionar com dados mais atualizados também disponibilizados pelo IBGE, datados entre 2012 e 2016, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016, que ilustra um crescimento de autodeclarados pretos e pardos, havendo uma queda dos autodeclarados brancos (BRASIL, 2017).

Sobre essas mudanças cabe inferir a presença mais marcante das discussões sobre e com a população negra em diferentes espaços sociais nos últimos anos, e a isso as reverberações graduais de um reconhecimento identitário de um povo que descende de homens e mulheres negros/africanos.

Porém ainda se faz necessário uma observação quantoà utilização do IBGE ao agrupar os indivíduos por cor, algo que recebe críticas, por considerar que tais classificações impedem o processo de identificação racial no país. A essas categorias observa-se o alto índice de autodeclarações pardasnos gráficos mencionados acima, pois segundo Gomes (2019) a esta categoria se tem um significado perante a estratégia do embranquecimento no Brasil, de modo que ao pardo não se tem uma identidade racial, levando-o a crer que pode ser incluso e aceito na sociedade enquanto um não negro, e a este se tem um limbo identitário-racial, o que leva a favorecer a existência do mito da democracia racial, com o silenciamento e concordância em massa, de muitos que não se reconhecem enquanto homens e mulheres negros e negras.

Diante dessa sugestão de trabalho torna-se interessante levar os estudantes a indagarem os motivos que levam a esse não reconhecimento identitário de um povo que tem em suas origens a ancestralidade africana. Contribuindo assim para a sua autoanálise enquanto a sua identidade-racial.

No terceiro momento Artes e Educação Física, sendo que:

Em Artes, propõe haver a confecção das bonecas Abayomi, assim como tambémum levantamento da arte africana, enquanto a sua concepção para os povos tradicionais, podendo realizar estudo sobre as máscaras na arte africana e sua simbologia, e após isso propor a confecção das mesmas. Também cabe explorar sobre artistas africanos que contribuem com o cenário artístico na contemporaneidade, levantando questões como território e ancestralidade.

Unindo a isso a proposta em Educação Física, compreende um estudo sobre os movimentos corporais e danças nas culturas africanas, buscando fomentar a percepção a cerca das heranças presentes nas danças afro-brasileiras.

 A todas as disciplinas, de acordo a sua etapa, é pensado trabalhos em que os estudantes elaborem produções finais, de acordo as suas compreensões da proposta desenvolvida, contribuindo para a avaliação do aprendizado, e também para compor as apresentações de culminância do projeto.

Para o processo de desenvolvimento foram levantadas propostas que interagem com o objetivo deste projeto, porém diante das diferentes realidades e contextos das escolas deste município, e considerando o formato em que o projeto se dará, sendo este remoto, devido o momento de pandemia da Covid-19, é também pensada a necessidade de haver uma flexibilidade, para as articulações, coordenações e professoresmelhor se organizem em favor de sua aplicação, e na projeção de bons resultados.

Por fim, diante desse envolvimento dos componentes curriculares, nota-se que o projeto do 20 de Novembro não corresponde apenas a História, e esta não deve ser vista enquanto a sua “proprietária”, mas a todos enquanto brasileiros e educadores o direito e dever de pô-lo em prática, e assim contribuir para uma educação que se comprometa com a luta antirracista e promova a igualdade racial.

Do ponto de vista metodológico, serão desenvolvidas atividades remotas virtuais, lúdicas e reflexivas com mediação dos professores e ajuda dos pais, oportunizando aos alunos a realização de atividades diversificadas referente a temática.

 

Sensibilização Online acerca da temática a critério do professor.

Sugestões metodológicas para serem desenvolvidas no decorrer do projeto.

 

LÍNGUA PORTUGUESA

 

·         Produzir textos individuais, coletivos acerca da temática.

·         Adentrar e desmistificar muitos estereótipos em relação ao continente africano através do Projeto da autora nigeriana ChimamandaNgoziAdichie, “O perigo de uma história única.”

·         Apresentar autoras e autores negros, e suas contribuições na produção do

conhecimento.

·         Trabalhar textos que compõem o conjunto literário afro-brasileiro.

·         Abordar as escrevivências, conceito este cunhado pela autora Conceição Evaristo (2008), que enquanto mulher, negra, utiliza a escrita como sendo um registro das experiências daquilo que é vivido, e a sua relação com a história.

·         Leituras diversificadas.

·         Influência africana no vocabulário brasileiro.

·         Leitura de livros que aborda a temática destacando a contribuição do povo negro à cultura regional e nacional.

·         Leitura de imagem: várias realidades vivenciadas por negros.

·         Assistir vídeos que promovam a reflexão sobre a identidade do negro, a sua luta, resistência e pertencimento na sociedade.

·         Pesquisar as palavras de origem africanas.

 

·         HISTÓRIA:

 

·         Indagar os motivos que levam o não reconhecimento identitário de um povo que tem em suas origens a ancestralidade africana.

·         Debater temas como: Preconceito racial; Violência, Racismo no contexto escolar.

·         Discutir o modo de vida do negro no nosso país, na época da escravidão, nos quilombos e nos dias de hoje.

·         Reconhecer e respeitar a herança cultural dos povos pretos.

·         Refletir e opinar sobre o papel do negro na formação do território brasileiro.

·         Conhecer e identificar no continente africano as suas riquezas e as heranças que herdamos desse território através do Projeto de ChimamandaNgoziAdichie, “O perigo de uma história única.”

·         Trabalhar o documentário Brasil Lá Angola Cá: diálogos trans-inter-atlânticos de Sayonara Andrade (duração 20 min 49 seg) possibilitando a aproximação e o conhecimento, ao considerar o diálogo feito entre estudantes de uma escola pública de Teixeira de Freitas-BA com estudantes de Luanda, Angola.

·         Trabalhar o conceito de ações afirmativas e sua importância para as conquistas e avanços da população negra na história do Brasil.

·         Produzir Carta Convocatória coletiva, em que expunham a causa da população negra nos dias atuais.

·         Apresentar personalidades negras de destaque e influência no contexto da representatividade.

 

·         GEOGRAFIA

 

·         Estudar o caminho geográfico feito da África para o Brasil por meio do mapa mundi.

·         Utilizar a abordagem em torno do Baobá, árvore símbolo do continente africano, criando um paralelo aos modos de conceber as práticas do homem ocidental sobre a natureza e as consequências de tais ações na dinâmica climática.

·         Identificar as influências da cultura africana no Brasil.

·         Identificar e reconhecer as heranças culinárias afro-brasileira.

·         Correlacionar à questão demográfica do Brasil, que segundo Anjos (2010) o denomina “Brasil africano”, com o conceito de identidade racial.

·         Observar quanto à utilização do IBGE ao agrupar os indivíduos por cor, considerando que tais classificações impedem o processo de identificação racial no país.

·         Identificar os motivos que levam ao não reconhecimento identitário de um povo que tem em suas origens a ancestralidade africana.

·         Reconhecer o processo migratório que resultou na formação do povo brasileiro.

 

 

·         CIÊNCIAS

 

·         Estudar o significado e como a Etnoastronomia também pode vir a ser um importante recurso para o reconhecimento dos saberes dos povos africanos e indígenas.

·         Estabelecer uma interlocução entre concepções dos povos africanos e sua relação com a terra e o universo.

·         Criar paralelos com a condição atual do meio ambiente enquanto as ações do homem moderno e seus interesses econômicos apresentando produções tecnológicas de baixo impacto ambiental, produzidas atualmente no continente africano.

·         Ler e analisar textos que refletem as condições subumanas vivenciadas pelos pretos em nosso país.

 

·         MATEMÁTICA

 

·         Resgatar a origem da Matemática numa perspectiva africana relacionando a um trabalho com jogos africanos e sua relação com os seus povos como, por exemplo, o jogo Shisima e o jogo Yoté.

·         Apresentar as contribuições de matemáticos negros para a história desta ciência, tendo como sugestão à apreciação do filme “Estrelas além do tempo

·         Elaborar questionários e realizar pesquisa sobre discriminação racial e racismo.

·         Construir e analisar gráficos.

·         Calcular e resolver situações-problemas envolvendo o tema.

 

·         ARTE E EDUCAÇÃO FÍSICA

 

·         Estudar os movimentos corporais e danças nas culturas africanas, buscando fomentar a percepção a cerca das heranças presentes nas danças afro-brasileiras.

·         Explorar sobre artistas africanos que contribuem com o cenário artístico na contemporaneidade, levantando questões como território e ancestralidade.

·         Conhecer a história bonecas Abayomis no processo de resistência do povo preto e       confeccioná-las.

·         Confeccionar chocalhos, atabaque e berimbau.

·         Realizar jogos de origem africana.

·         Reconhecer a Capoeira como luta, dança como elemento da cultura afrobrasileira.

·         Realizar estudo sobre as máscaras na arte africana e sua simbologia, e após isso propor a confecção das mesmas.

·         Valorizar e empoderar a beleza negra; Cabelos, traços, vestimentas e etc.

 

 

8.      RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS

 

Gestores,Professores, alunos, pais ou responsáveis.

Internet, computadores, impressoras, papel ofício, ETC.

 

 

9.      CRONOGRAMAS

 

 

ENSINO FUNDAMENTAL

 

 

Outubro

Novembro

Dezembro

Etapa 1

 

Literatura africana e afro-brasileira e produção textual

 

Textos e literatura

Componente: Língua Portuguesa.

 

 

Etapa 2

 

 

Contribuições e reflexões africana e afro-brasileira nas ciências

 

Componentes: História; Geografia; Ciências; Matemática.

 

Etapa 3

 

 

 

A cultura africana e suas contribuições na cultura afro-brasileira

 

Componentes: Educação Física;Artes, Língua Inglesa

 

 

 

 

10.  RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS

 

 

Para a realização desta proposta de trabalho deverá haver uma organização entre as coordenações do fundamental I e II, articuladores, coordenadores das unidades escolares e professores, para o seu gerenciamento no processo de ensino-aprendizagem. Devendo os profissionais envolvidos se reconhecerem enquanto atores desse processo e se necessário haver estudos prévios do material a ser trabalhado com os estudantes, assim como também se permitir a desconstrução de conceitos determinados pela lógica colonizadora. Pois para realizar um fazer ético-político como pensado neste projeto, se tem a necessidade de reconhecer o compromisso com a causa do 20 de Novembro e demais lutas em favor da igualdade racial.

Os recursos materiais irão compreender livros, cartilhas, artigos, vídeos, filmes, a depender da necessidade compreende-se que no decorrer do projeto outros materiais podem vir a ser acrescentados à lista.

 

 

11.  AVALIAÇÃO

 

Participação de todos envolvidos no processo;

Realização das atividades propostas;

Dinamismo;

Criticidade;

Criatividade;

Oralidade.

 

 

 

12.  CULMINÂNCIA DOS TRABALHOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. REFERÊNCIAS

 

AFONSO, G. B. Relações Afro-Indígenas: A etnoastronomia dos africanos trazidos como escravos para o Brasil se misturou com a dos nativos do nosso país constituindo novas formas de saber. Scientific American Brasil, Edição especial Etnoastronomia, p. 72-79. 2006. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4458368/mod_book/chapter/20068/textos/Texto_1_sem3.pdf> Acesso em: 26 set. 2020.

ANJOS, Rafael Sanzio Araújo dos. O Brasil Africano: Geografia e Territorialidade. Brasília: CIGA - Cespe - UnB, 2010. Disponível em: <https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/23808/3/ARTIGO_AfricaBrasileiraPopulacao.pdfAcesso em: 27 set. 2020.

BAHIA, Secretaria da Educação. Superintendência de Políticas para Educação Básica. União Nacional dos Dirigentes Municipais da Bahia. Documento Curricular Referencial da Bahia para Educação Infantil e Ensino Fundamental – Superintendência de Políticas para Educação Básica. União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação. Bahia Salvador: Secretaria da Educação, 2019.

BRASIL, Agência IBGE Notícias. População chega a 205,5 milhões, com menos brancos e mais pardos e pretos. Editoria: Estatísticas Sociais, 2017. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/18282-populacao-chega-a-205-5-milhoes-com-menos-brancos-e-mais-pardos-e-pretos> Acesso em: 27 set. 2020.

BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília - DF, Outubro. 2004.

BRASIL, Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: Contexto Histórico e Pressupostos Pedagógicos. 2019.

CARNEIRO, A. S. A construção do Outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. 339 f. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Feusp, São Paulo, 2005.

DAYRELL, J. T; JESUS, R. E. Juventude, Ensino Médio e os processos de exclusão escolar. Educ. Soc., Campinas, v. 37, nº. 135, p.407-423, abr.-jun., 2016.

DOMINGOS, L. T. A visão africana em relação ànatureza. Anais do III Encontro Nacional do GT História das Religiões e das Religiosidades – ANPUH - Questões teórico-metodológicas no estudo das religiões e religiosidades. IN: Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá (PR) v. III, n.9, jan. 2011. Disponível em: <http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pub_3.html> Acesso em: 26 set. 2020.

 

 

EVARISTO, Conceição. Escrevivênciasda afro-brasilidade: história e memória. Releitura, Belo Horizonte, n. 23. 2008.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa / Paulo Freire. – São Paulo: Paz e Terra, 1996.

 

GELEDÉS. Jogos Africanos: A Matemática Na Cultura Africana. 2013. Disponível em:

<https://www.geledes.org.br/jogos-africanos-a-matematica-na-cultura-africana/> Acesso em: 26 set. 2020.

 

GOMES, L. F. E. Ser Pardo: O limbo identitário-racial brasileiro e a reinvindicação da identidade. Cadernos de Gênero e Diversidade, v. 5, n. 1. 2019. Disponível em:

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GOMES, Nilma Lino. Educação e Identidade Negra. Aletria: Revista de Estudos de Literatura, v. 09, 2002.Disponível em: <http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/1296> Acesso em: 28 out. 2016.

 

THIESEN, J. S. A interdisciplinaridade como um movimento articulador no processo ensino-aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, v. 13, n. 39, p. 545-554, set./dez. 2008.

 

WALDMAN, M. O Baobá na paisagem africana: singularidades de uma conjugação entre natural e artificial. África: Revista do Centro de Estudos Africanos. USP, São Paulo, número especial, p. 223-236. 2012. Disponível em: <file:///C:/Users/Pc/Downloads/102638-Texto%20do%20artigo-179329-1-10-20150821.pdf> Acesso em: 27 set. 2020.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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