Cidade medieval de Gradara.
Ao fundo a cidade de Cattolica no Mar Adriático.
Gradara A fortaleza de Gradara e sua aldeia fortificada representam uma das estruturas medievais mais bem
preservadas da Itália e as duas muralhas que protegem a fortaleza, cuja parte mais externa se estende por quase 800
metros, a tornam uma das mais impressionantes. O castelo fica em uma colina a 142 metros acima do nível do mar
e a fortaleza, a torre principal, sobe por 30 metros, dominando todo o vale.
A posição privilegiada de Gradara fez dela, desde os tempos antigos, uma encruzilhada de tráfego e pessoas:
durante a Idade Média. [...] (Site Oficial do Município de Gradara, 2019)
A cidade da Idade Média é um espaço fechado. A muralha a define. Penetra-se nela por portas e nela se caminha
por ruas infernais que, felizmente, desembocam em praças paradisíacas. Ela é guarnecida de torres, torres das
igrejas, das casas dos ricos e da muralha que a cerca. Lugar de cobiça, a cidade aspira segurança. Seus habitantes
fecham suas casas à chave, cuidadosamente. E o roubo é severamente reprimido (Le Goff, 1998, p. 71).
Observem atentamente as imagens, leiam os textos e respondam de acordo com as orientações
abaixo
O que mais chama a
atenção de vocês nas
imagens observadas?
Em quê essa cidade se
diferencia das que vocês
conhecem atualmente?
Destaquem alguns
elementos dessa cidade que
se relacionam à época na
qual ela foi construída .
A expansão da Idade Média Central
Apesar de suas óbvias limitações, as estimativas da Tabela 1 podem dar uma idéia da evolução
populacional medieval:
__________________________________________________________________________________
Crescimento e tomada de consciência urbana
O número de cidades e o de sua população conhecem entre 1150 e 1340 — sobretudo entre
1150 e 1300, aproximadamente — um crescimento espetacular. [...]
O povoamento urbano
[...] sem poder medir o crescimento da população urbana, pode-se avaliar de maneira
aproximada, para as cidades mais importantes, o ponto de chegada quantitativo, no princípio do século
XIV. Mas as estimativas variam entre 80.000 e 200.000 habitantes.
Embora a primeira estimativa seja mais verossímil, ela coloca Paris no nível das maiores
cidades italianas, Veneza, Milão, Florença. Depois de Paris, Rouen e Montpellier provavelmente
contavam cerca de 40.000 habitantes, Toulouse 35.000, Tours 30.000, Orléans, Estrasburgo e
Narbonne 25.000, Amiens, Bordeaux, Lille e Metz 20.000. [...]
Essas cidades conheceram, ao longo de um século e meio, um intenso crescimento, com
fases de aceleração e de desaceleração.
LE GOFF, Jacques. O apogeu da cidade medieval. Trad. Antônio de Padua Danesi.
São Paulo: Martins Fontes, 1992. (O homem e a História). p. 5-7.
__________________________________________________________________________________
A admiração pelas cidades levava em consideração a sua população numerosa, suas atividades
econômicas importantes, a beleza de seus monumentos, a diversidade dos ofícios, a difusão da
cultura, o número e a beleza das igrejas, a fertilidade do território, pois a cidade era o centro
dominador da zona rural; [...]
LE GOFF, Jacques. As raízes medievais da Europa. Trad. Jaime A. Clasen.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. p. 149.
HIS6_15UND01
Campo cidade em busca da felicidade
Autor: Mauro Quintaes
Samba-enredo/Porto da Pedra - 1995
Quanta beleza há no campo
Um sonho amplo faz a gente almejar
A tranquilidade da terra
O cheiro de serra espalhando no ar
A manhã tão fagueira
Boa cozinheira aguçando o paladar
Tira leite da mimosa e abelha faz o mel
pescador prá contar prosa
fala que pescou xaréu
Vai o sol levando o dia
Espantalho tá na roça
Violeiro e poesia
No terreiro da palhoça
Cidade, desperta ao balanço das horas
E sedutora nos devora com sua agitação
O correr do dia-a-dia
A gente alivia com pizza e televisão
Final de semana, tiro uma onda no mar
O maraca me espera
Lá vou eu com a galera
Ver o meu time ganhar
Porto da pedra é paixão
Misto de felicidade
Somos tigres e tigresas
Salpicando de beleza
O carnaval desta cidade
GLOSSÁRIO
Espantalho: Boneco colocado nos campos, nos jardins,
para espantar as aves.
Fagueira: Meiga, serena, suave, carinhosa.
Maraca: Maracanã, estádio de futebol do Rio de Janeiro.
Palhoça: Casa coberta de palha.
Prosa: C onversa informal, lábia.
Salpicar: Espalhar, temperar.
Sedutora: Atraente, tentadora, fascinante.
Xaréu: Peixes encontrados no Pacífico e no Atlântico.
Campo cidade em busca da felicidade
Autor: Mauro Quintaes
Samba-enredo/Porto da Pedra - 1995
Quanta beleza há no campo
Um sonho amplo faz a gente almejar
A tranquilidade da terra
O cheiro de serra espalhando no ar
A manhã tão fagueira
Boa cozinheira aguçando o paladar
Tira leite da mimosa e abelha faz o mel
pescador prá contar prosa
fala que pescou xaréu
Vai o sol levando o dia
Espantalho tá na roça
Violeiro e poesia
No terreiro da palhoça
Cidade, desperta ao balanço das horas
E sedutora nos devora com sua agitação
O correr do dia-a-dia
A gente alivia com pizza e televisão
Final de semana, tiro uma onda no mar
O maraca me espera
Lá vou eu com a galera
Ver o meu time ganhar
Porto da pedra é paixão
Misto de felicidade
Somos tigres e tigresas
Salpicando de beleza
O carnaval desta cidade
GLOSSÁRIO
Espantalho: Boneco colocado nos campos, nos jardins,
para espantar as aves.
Fagueira: Meiga, serena, suave, carinhosa.
Maraca: Maracanã, estádio de futebol do Rio de Janeiro.
Palhoça: Casa coberta de palha.
Prosa: C onversa informal, lábia.
Salpicar: Espalhar, temperar.
Sedutora: Atraente, tentadora, fascinante.
Xaréu: Peixes encontrados no Pacífico e no Atlântico.
MEMÓRIA E NARRATIVAS
Por Esmeralda Lacerda
(Historiadora)
Figura 1: Moisés dos Santos Almeida (1975) - Foto do arquivo pessoal de Eduardo Porcino.
O objetivo deste artigo é analisar parte da trajetória de vida do senhor Moysés Santos Almeida, figura de muita relevância para a memória do povo itamarajuense. As lembranças traduzem-se em representações cuja expressão material visualiza-se no patrimônio cultural de um povo. Neste artigo, elas tomam corpo nos registros escritos do próprio Moysés e nos documentos do Legislativo do município de Prado e de Itamaraju. Esses saberes gravados na memória são transmitidos de geração em geração, bem como os valores, as raízes e a própria identidade. Esse contexto é concebido pela memória não como fenômeno de interiorização individual, mas como uma construção social e um fenômeno coletivo.
Para Perazzo (2004), a memória não é passado, mas rememoração desse passado feita no presente de um individuo e determinada pelas condições presentes naquele momento. A memória é essencial para uma cultura que deseja preservar suas características e como ela é intimamente ligada a identidade, fornece subsídios para que a identidade se construa e se fortaleça a partir de elos comuns. O resgate da memória é de suma importância devido à construção de uma identidade consistente para o povo itamarajuense. Para isso, é necessário abrir espaços para a rememoração e para a valorização das raízes e da história.
Moysés dos Santos Almeida nasceu na cidade de Prado-BA, em 23 de setembro de 1897, filho de Moysés Alves de Almeida e Maria Cândida dos Santos, professora do Estado no governo de Luiz Viana. Perdeu sua mãe após horas do seu nascimento, por isso viveu até os oito anos com o senhor Domingos Soriano de Alcântara e dona Maria Alexandrina de Alcântara. Com essa idade, retornou à casa paterna para fins de estudos na cidade de Alcobaça, local onde aprendeu as primeiras letras. Concluiu o curso ginasial na cidade de Salvador até 1910. Ainda nesse período ingressa no Seminário de Santa Tereza para seguir a carreira eclesiástica que durou até 1912. Após
deixar esse oficio, seguiu para a cidade de Canavieiras para trabalhar na casa de tecidos e confecções Aliança, de propriedade de Pedro Soares de Alcântara e do seu pai Moysés Alves de Almeida.
Em 1914 volta à cidade de Prado trabalhando com seu pai até 1916, ano da morte de senhor Moysés Alves de Almeida. Logo em seguida assume os negócios do pai até concluir o inventário dos bens de família contemplando os irmãos da união de seu pai com a senhora Francisca Ferreira Costa Santos.
Em 1918, casou-se com a senhora Maria Fontes de Faria. Dessa união nasceram três filhos. Em setembro de 1923 perde sua esposa e em 1924 casa-se novamente, dessa vez com a senhora Nair Gomes de Almeida com quem teve 10 filhos.
Em 1920, transferiu seu comércio para o Arraial do Escondido (permanecendo por dois anos) que posteriormente passaria a se chamar Itamaraju. Naquela época, o nome da cidade foi criado e levado ao Legislativo do município de Prado pelo vereador Walter Andrade de Carvalho na sessão ordinária do dia 22 de outubro de 1959. Segundo a ata redigida nessa sessão, o pedido de mudança do nome de Vila do Escondido para Itamaraju foi submetido à votação e aprovado por unanimidade pelos seguintes vereadores: Antonino Fontes Mascarenhas, Walter Andrade de Carvalho, Pedro Alexandrino Moreau, Jaime Mascarenhas, Menelique Felix Dias, Valdemar Fontes Azevedo, Claudinet P. Mascarenhas e Nelson H. Borges. Nessa mesma sessão também foram lidos oito telegramas que seriam dirigidos ao Sr. Governador do Estado, à Inspetoria de Estatística, à Assembleia Legislativa do Estado com o seguinte conteúdo: o anúncio da aprovação de mudança de nome da cidade.
Moysés nos presenteia com a magnífica combinação de pontos relevantes da geografia de nossa cidade na época: Ita- pedras, mara - galhos de árvores estendidas para o rio e ju, sílaba inicial da palavra Jucuruçu, rio que margeia dois municípios, Itamaraju e Prado. Há também outras significações que inspiraram o autor acerca do nome de nossa cidade: Ita – pedras, maraju – tupi-guarani – pescoço (pedra do Pescoço) nascido de uma serra em frente à cidade, às margens do Jucuruçu, em direção norte para o município de Porto Seguro.
Com a criação do nome de Itamaraju havia também uma intenção política de emancipação da cidade, que ocorreu em 5 de outubro de 1961 pela Lei Estadual número 1509. Através de um acordo político, Moysés foi convidado a ser candidato único do município de Itamaraju, no qual receberia apoio político de um grupo da cidade de Prado. Em contrapartida, também apoiaria politicamente ao referido grupo que teria candidato supostamente com candidatura única. No entanto, por motivos também políticos, o acordo não foi mantido, pois aparece como candidato opositor em Itamaraju o senhor Bonifácio José Dantas. Esse candidato tinha apoio político do senhor Walter Andrade Carvalho. Dantas ganha as eleições de Itamaraju com uma vantagem de 33 votos de frente e toma posse em 1963 .
Moysés Almeida foi eleito vereador do município de Prado no período de 1967 a 1971. Encerra sua vida pública e política e passa a dedicar-se à família e aos amigos. Morre em oito de dezembro de 1988, na cidade de Prado Bahia. Naquela época, o Brasil vivia um momento histórico político significativo, o país teve sua Carta Magna redigida. A Nova Constituição Brasileira, a democracia estava de volta, ou pelo menos no papel, mesmo assim, um grande avanço para a Democracia Brasileira.
Coronelismo
HISTÓRIA DO BRASIL
O coronel controlava a economia e a política nos
primeiros anos da República.
O coronelismo foi uma experiência típica dos
primeiros anos da república brasileira. De fato, essa experiência faz parte de
um processo de longa duração que envolve aspectos culturais, econômicos,
políticos e sociais do Brasil. A construção de uma sociedade vinculada com
bases na produção agrícola latifundiária, desde os tempos da colônia, poderia
contar como um dos fatos históricos responsáveis pelo aparecimento do chamado
“coronel”.
No período regencial, a incidência de levantes e
revoltas contra a nova ordem política instituída concedeu uma ampliação de
poderes nas mãos dos proprietários de terra. A criação da Guarda Nacional
buscou reformular os quadros militares do país através da exclusão de soldados
e oficiais que não fossem fiéis ao império. Os grandes proprietários recebiam a
patente de coronel para assim recrutarem pessoas que fossem alinhadas ao
interesse do governo e das elites.
Com o fim da República da Espada, as oligarquias
agro-exportadoras do Brasil ganharam mais espaço nas instituições políticas da
nação. Dessa maneira, o jogo de interesses envolvendo os grandes proprietários
e a manutenção da ordem social ganhava maior relevância. Os pilares da exclusão
política e o controle dos grandes espaços de representação política
sustentavam-se na ação dos coronéis.
Na esfera local, os coronéis utilizavam das forças
policias para a manutenção da ordem. Além disso, essas mesmas milícias atendiam
aos seus interesses particulares. Em uma sociedade em que o espaço rural era o
grande palco das decisões políticas, o controle das polícias fazia do coronel
uma autoridade quase inquestionável. Durantes as eleições, os favores e ameaças
tornavam-se instrumentos de retaliação da democracia no país.
Qualquer pessoa que se negasse a votar no candidato
indicado pelo coronel era vítima de violência física ou perseguição pessoal.
Essa medida garantia que os mesmos grupos políticos se consolidassem no poder.
Com isso, os processos eleitorais no início da era republicana eram sinônimos
de corrupção e conflito. O controle do processo eleitoral por meio de tais
práticas ficou conhecido como “voto de cabresto”.
Essa falta de autonomia política integrava uns processos
onde deputados, governadores e presidentes se perpetuavam em seus cargos. Os
hábitos políticos dessa época como a chamada “política dos governadores” e a
política do “café-com-leite” só poderiam ser possíveis por meio da ação
coronelista. Mesmo agindo de forma hegemônica na República Oligárquica, o
coronelismo tornou-se um traço da cultura política que perdeu espaço com a
modernização dos espaços urbanos e a ascensão de novos grupos sociais, na
década de 1920 e 1930.
Apesar do desaparecimento dos coronéis, podemos
constatar que algumas de suas práticas se fazem presentes na cultura política
do nosso país. A troca de favores entre chefes de partido e a compra de votos
são dois claros exemplos de como o poder econômico e político ainda impedem a
consolidação de princípios morais definidos nos processos eleitorais e na ação
dos nossos representantes políticos.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
O
Movimento do 11 de Novembro e a posse de JK
O primeiro confronto aberto entre os dois campos foi ganho pelos
antigetulistas em 24 de agosto de 1954, com o suicídio de Vargas. Os principais
cargos da administração pública do governo de João Café Filho, vice-presidente
de Getúlio, foram entregues, em sua grande maioria, a elementos próximos à UDN.
Mas a agitação política não cessou. Ao contrário, aprofundou-se com a
aproximação do pleito presidencial de outubro de 1955. Os antigetulistas
opunham-se frontalmente às candidaturas de Juscelino Kubitschek e de João
Goulart à presidência e vice-presidência da República. Apoiados pelo Partido
Social Democrático (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), eles eram
considerados excessivamente comprometidos com a situação dominante anterior ao
24 de agosto.
Apesar das pressões, o calendário eleitoral foi cumprido. A expressiva
vitória da chapa PSD-PTB levou seus adversários a passarem a defender o
impedimento da posse dos eleitos, alegando que não haviam obtido a maioria
absoluta dos votos. A tensão atingiu o clímax em 1º. de novembro, por ocasião
do enterro do general Canrobert Pereira da Costa. Na cerimônia, o coronel
Jurandir Mamede proferiu discurso - o estopim do Movimento do 11 de Novembro -,
no qual, depois de elogiar Canrobert por sua atuação no movimento contra
Vargas, criticou abertamente os candidatos eleitos, pronunciando-se contra a
sua posse. Julgando a fala de Mamede um ato de indisciplina, o ministro da
Guerra, general Henrique Lott, exigiu sua punição, mas não foi atendido pelo
presidente Café Filho, que pouco depois se afastou de suas funções por motivo
de saúde. A presidência foi ocupada interinamente por Carlos Luz, presidente da
Câmara dos Deputados e sabidamente próximo ao esquema udenista.
Os acontecimentos se precipitaram no dia 10 com o pedido de demissão de
Lott do ministério, descontente com a decisão de Luz de não punir Mamede. Em
reunião dirigida pelo general Odílio Denis, comandante da Zona Militar Leste,
os comandantes das guarnições do Distrito Federal e o general Olímpio
Falconière, comandante da Zona Militar Centro, com sede em São Paulo, que se
encontrava no Rio, decidiram ocupar pontos-chave da capital e forçar o governo
a respeitar a disciplina militar. Voltando atrás no pedido de demissão, Lott
aderiu ao movimento, vindo a chefiá-lo. Tropas interditaram o acesso ao palácio
do Catete, ocuparam os quartéis de polícia e a sede da companhia telefônica e
passaram a controlar as operações de telégrafo.
Como a situação lhes era
francamente desfavorável, Carlos Luz, alguns ministros e o coronel Mamede,
entre outros, rumaram para Santos a bordo do cruzador Tamandaré às
9 h da manhã de 11 de novembro. A iniciativa fazia parte dos planos do
brigadeiro Eduardo Gomes, ministro da Aeronáutica, de organizar a resistência
em São Paulo. Sua estratégia foi frustrada pela ação do general Falconière, que
partiu de carro para São Paulo a fim de garantir o sucesso do movimento na área
sob seu controle. Detido por oficiais da Aeronáutica antigetulistas, ele foi
autorizado a falar pelo telefone com o ministro Eduardo Gomes, assegurando-lhe
que estava a caminho de São Paulo para defender a legalidade. Como ambos os
lados faziam essa mesma reivindicação, Gomes ordenou a sua libertação. Assim,
Falconière conseguiu chegar à capital paulista sem enfrentar reação. Diante do
acontecido, o Tamandaré retornou ao Rio, num reconhecimento
tácito da vitória de Lott por parte de Carlos Luz e seus partidários.
No campo político, a Câmara dos Deputados declarou Luz impedido para o
exercício da presidência e designou o vice-presidente do Senado para o cargo.
Empossado na presidência, Nereu Ramos reconduziu Lott à pasta da Guerra. A
situação voltou a ficar tensa com a melhora do estado de saúde de Café Filho. A
possibilidade de um eventual retorno à presidência de Café Filho, também
envolvido nas articulações contra a posse dos eleitos, foi afastada mediante a
aprovação, pela Câmara e pelo Senado, de resolução que solicitava o seu
afastamento. Em seguida, Nereu Ramos obteve a aprovação do Congresso para a
decretação do estado de sítio por 30 dias. Em 7 de janeiro de 1956, o TSE
proclamou os resultados oficiais do pleito de 3 de outubro e no dia 31
Juscelino e Goulart foram empossados.
Sérgio
Lamarão
180
nela costumam cometer-se e as descidas e subidas que vários mineiros têm feito pelo rio desta
Povoação para as Minas (...) contra as expressíssimas ordens de Sua Majestade”27.
Em apenas nove meses de execução, o projeto colonizador pombalino demonstrava
seus primeiros resultados efetivos na tentativa de redimensionar o lugar da antiga Capitania de
Porto Seguro no sistema colonial. Aos 26 de setembro de 1764, a Povoação de São Mateus foi
transformada em Vila Nova de São Mateus, incorporando a projeção metropolitana de se
converter em um posto de fiscalização do acesso às minas de ouro, diamante e esmeralda que
se escondiam na nascente do rio Cricaré. Além do mais, a mudança do estatuto jurídicoadministrativo
da povoação buscava também consolidar seu papel como “zona de contato” e
ponto de irradiação das frentes de expansão agrícolas e extrativistas, assumindo o desafio de
incorporar os índios não “domesticados” à sociedade colonial e dilatar as fronteiras
portuguesas sertão adentro.
4.2.2 A Vila Nova do Prado: uma barreira contra os índios do Monte Pascoal28
A segunda vila criada pelo ouvidor Tomé Couceiro de Abreu na antiga Capitania de
Porto Seguro, diferente da sua antecessora, não foi oriunda de uma “povoação domesticada”.
Localizada à margem direita do rio Jucuruçu, Prado surgiu, principalmente, da
arregimentação e do deslocamento de vadios índios e brancos que viviam nos arredores das
vilas de Porto Seguro, Caravelas e Trancoso. No ato da sua criação, mais de 150 pessoas já
habitavam o povoado, garantindo o número suficiente de moradores para sua elevação à
condição de vila. A agilidade e a rapidez com que este processo foi encaminhado revelam
quanto era importante para o projeto colonizador pombalino o povoamento do sítio onde a
Vila do Prado se instalou. Mas, em verdade, qual era a importância da barra do rio Jucuruçu
para a colonização da capitania porto-segurense?
Uma primeira demonstração de interesse em povoar aquela região foi registrada pelo
ouvidor Tomé Couceiro de Abreu na sua Relação sobre as vilas e rios da Capitania de Porto
Seguro. Nesse documento, o bacharel destacou as excelentes condições portuárias da barra do
rio Jucuruçu, que era formada por bancos de areias, sem a existência de arrecifes e próxima a
um mar manso, o que lhe permitia “descarregar quaisquer lanchas que descessem o rio”. Da
mesma forma, enalteceu as qualidades do próprio Jucuruçu, que foi classificado como
“importantíssimo” por ser “grande e fundo” de modo que “em distância de 8 léguas por ele
27 AUTO, op. cit, p. 516.
28 Atual cidade do Prado, distante 804 quilômetros de Salvador, no extremo sul da Bahia.
181
acima pod[ia-se] navegar qualquer lancha de 60 palmos”. Também não deixou de informar a
existência de “excelentes madeiras” pelas matas da região, além de terras “largas e
fertilíssimas para toda qualidade de frutos e plantações”. Diante de tantas qualidades, o
ouvidor indicou ao secretário dos negócios ultramarinos (Francisco Xavier de Mendonça
Furtado) a possibilidade de “ali [se] fundar uma vila”, aproveitando os dois casais com filhos
que já residiam no local, acrescidos de “alguns moradores pobres desta vila [de Porto
Seguro]”, além de “alguns índios vadios da vila de Trancoso e alguns dos muitos [vadios] que
tem na Bahia (...) porque assim como os de Portugal são mandados todos os anos para a Índia,
bem podiam os da Bahia vir para esta capitania ser gente e adquirir com que possam ganhar a
vida” 29.
Seguindo as determinações régias, o referido ouvidor começou a tomar as medidas
necessárias para garantir o povoamento do sítio da barra do rio Jucuruçu. Sob a recomendação
do capitão-mor das conquistas da vila de Caravelas e de moradores das regiões
circunvizinhas, solicitou ao bispado do Rio de Janeiro, de onde Porto Seguro era sufragâneo,
o envio de um clérigo, acreditando que com a sua presença “concorreriam para aquele sítio
muitas gentes de todas as partes a aproveitar-se da bondade e largueza de suas terras”.
Também escreveu para os governadores da Bahia e do Rio de Janeiro, recomendando o envio
de “degredados que não fossem por ladrões” para fazer deles o uso recorrente de povoadores
de terras incultas. Por fim, para garantir a presença de mais índios “domesticados” que viviam
dispersos e vadios na vastidão da capitania, mandou publicar na povoação que começava a se
formar as leis de 6 e 7 de junho de 1755 para que todos soubessem que a “piíssima grandeza
de Sua Majestade tem declarado e favorecido a liberdade dos índios, privilegiando-os na
forma declarada nas reais ordens (...) para a criação das novas vilas” na Capitania de Porto
Seguro30.
A divulgação da nova política indigenista da coroa portuguesa não representava
apenas um mecanismo para motivar os índios a se engajarem na empreitada colonial. Antes
mais, tal medida representava uma tentativa de legitimar o processo de inserção dos índios na
política de povoamento, constituindo em uma ação persuasiva dirigida especificamente aos
não-índios para que estes aceitassem os novos “privilégios” concedidos pelo monarca d. José
I aos povos indígenas na condição de seus “vassalos genéricos”. Desta forma, para além de
legalizar o processo de criação da nova povoação, a publicação dessas leis evidenciava uma
29 RELAÇÃO, op. cit., AHU_ACL_CU_005-01, Cx. 34, D. 6430.
30 RELAÇÃO dos autos da criação da Vila Nova do Prado que mandou fazer o Doutor Desembargador Geral
desta Comarca e Capitania de Porto Seguro, Tomé Couceiro de Abreu. Porto Seguro, 26 de dezembro de 1764.
BNRJ – Seção de Manuscritos, I – 5, 2 , 29 nº. 11.
182
preocupação em dirimir as diferenças étnico-culturais dos sujeitos convocados para fundar a
nova vila, colocando, pelo menos teoricamente, índios, brancos e mestiços na mesma
condição jurídico-institucional de súditos portugueses.
Com tais medidas, não tardou para que brotasse sobre o sítio da barra do Jucuruçu uma
povoação composta por alguns brancos e vários índios das mais diversas procedências. De
acordo com os autos de criação, muitos indígenas que ali se abrigaram tinham vivido nos
antigos aldeamentos jesuíticos, de onde fugiram ou se ausentaram para se “verem livres da
desumana e cruel escravidão com que os tratavam”. Estes índios, com certeza, visualizaram
na criação da nova povoação a oportunidade de conquistar algum benefício que lhes
garantisse melhores condições de vida na sociedade colonial, sobretudo diante de um contexto
de difusão de direitos legais aos novos vassalos indígenas e de promoção das frentes de
expansão agrícola e extrativista sobre os territórios porto-segurenses. A presença dessa
população indígena “domesticada” garantiu a fundação da nova vila, que foi aclamada no dia
12 de dezembro de 1764, recebendo o nome de Vila Nova do Prado “por ficar entre a frescura
do rio e a imensidade do grande campo que lhe fica para o norte” 31.
FIGURA 18
Planta da vila do Prado
Fonte: AHU_CARTm_005, D. 985.
Para a política metropolitana, a criação dessa vila tinha um objetivo econômico que
possuía relação intrínseca com os propósitos colonizadores da Nova Ouvidoria de Porto
31 RELAÇÃO, op. cit., BNRJ – Seção de Manuscritos, I – 5, 2 , 29 nº. 11.
183
Seguro. Os moradores da nova povoação deveriam aproveitar as “excelentes terras” da região
para o cultivo de “farinhas e mais frutos”, que deveriam ser exportados pela “boa barra deste
rio [Jucuruçu]”, intensificando o comércio de gêneros alimentícios para os principais centros
urbanos da colônia americana, de modo a potencializar a nova vocação projetada para Porto
Seguro pelo reinado de d. José I. Por isso mesmo, acreditava-se ser possível fazer da nova
povoação “uma das vilas de maior comércio de toda esta capitania”, sobretudo “por se achar
entre as duas cidades capitais do Rio de Janeiro e Bahia” 32.
No entanto, uma leitura mais pormenorizada da documentação disponível permite
visualizar um caráter político-militar a influenciar a fundação da Vila Nova do Prado. Além
de todas as qualidades já apresentadas, o rio Jucuruçu também tinha a propriedade de ser o
principal canal de comunicação entre o litoral e os sertões do Monte Pascoal. Naqueles
sertões, inúmeros grupos indígenas se refugiavam por trás das grandes serras existentes,
utilizando o Jucuruçu como via de acesso ao ecossistema costeiro, de onde costumavam obter
a dieta alimentar durante o período de solstícios de verão. A constante presença desses índios
não “domesticados” nessa região representava uma ameaça à Estrada Real da Costa, que era
utilizada como o principal caminho de comunicação, comercialização e integração da
Capitania de Porto Seguro, não apenas com seu próprio território jurisdicional como também
com as demais partes da colônia americana. Por isso, a barra do rio Jucuruçu foi escolhida
para abrigar a nova vila, que, ao ser criada, garantiria a
conveniência de ficar defendida do gentio bravo toda esta costa e estrada geral da
praia e seus passageiros, com comodidades para o seu sustento, repouso e descanso
(...); e tudo isto melhor poderá conseguir-se, como também a descida de alguns
gentios, dando por termo desta vila até o sítio de Comuruxatiba, que fica distante
para o norte 4 léguas e quase defronte ao Monte Pascoal, em cujas fraldas tem o
gentio o covil de suas aldeias33.
Essa função da Vila Nova do Prado como barreira contra os perigos dos sertões do
Monte Pascoal permaneceu ativa durante todo século XVIII. No fim da década de 1790, Luís
dos Santos Vilhena alertava sobre a importância da povoação, destacando que a
conservação e aumento desta vila é digna de muita atenção, não só pela produção de
seu fertilíssimo terreno, como por poder servir de barreira e obstáculo a 12 aldeias
situadas em uma alta serra conhecida por todos pelo Monte Pascoal, que segundo as
notícias e informações é o centro de habitação deste bárbaros, que infestam toda
grande comarca de Porto Seguro34.
A principal função, portanto, da Vila Nova do Prado era servir de obstáculo e barreira
contra os índios bravios dos sertões do Monte Pascoal. No entanto, sem deixar de cumprir seu
32 RELAÇÃO, op. cit., BNRJ – Seção de Manuscritos, I – 5, 2 , 29 nº. 11.
33 RELAÇÃO, op. cit., AHU_ACL_CU_005-01, Cx. 34, D. 6430.
34 VILHENA, Luís dos Santos. A Bahia no século XVIII. Vol. 2. Salvador: Editora Itapuã, 1969, p. 526.
184
papel econômico, a vila atuou de fato como principal referência territorial portuguesa naquela
região, atraindo constantemente vários grupos Pataxó e Maxacali que fizeram da povoação
um entreposto comercial, cultural e político, nem sempre atendendo às expectativas dos
colonos e das autoridades metropolitanas. Ademais, para os moradores indígenas locais, a vila
se transformou num espaço de experenciação da nova condição de vassalos, oportunizando a
emergência de novas identidades, a conquista de novas condições de vida e a resignificação
dos próprios territórios coloniais.
4.2.3 Vila Nova de Belmonte: um “modo de conservar ali aqueles índios”35
No dia 23 dezembro de 1765, o ouvidor Tomé Couceiro de Abreu proclamou a
fundação da Vila Nova de Belmonte, terceira povoação criada na antiga Capitania de Porto
Seguro após a instalação da Nova Ouvidoria36. Localizada na margem direita do rio Grande
(atual Jequitinhonha), a nova povoação surgiu para demarcar fronteiras: de um lado,
delimitava o alcance jurisdicional da Comarca de Porto Seguro, formalizando a fronteira
político-administrativa com a Comarca de Ilhéus; do outro, formava um importante ponto de
apoio para a expansão portuguesa naquela rica região, impondo uma fronteira político-militar
entre a sociedade colonial e os bravos índios dos sertões do rio Grande. Mas, antes de tudo, a
Vila Nova de Belmonte foi criada como uma estratégia para “conservar” a utilidade de mais
de cem índios Meniãs que habitavam aquelas paragens desde o século anterior.
A história dos índios Meniãs, subgrupo Kamakã, revela, ainda que de forma
fragmentada, a trama de conflitos, negociações e acomodações vivida pelos grupos indígenas
na América portuguesa. Habitantes originários do território entre os rios Pardo e de Contas, os
Meniãs foram violentamente atacados por expedições escravistas dos paulistas durante a
primeira metade do século XVII, sendo parte da sua população dizimada nesses conflitos. Os
sobreviventes resolveram avançar sobre outros territórios, deslocando-se para o sul, em
direção ao leito do atual rio Jequitinhonha, fugindo dos perigos dos sertões de cima e
procurando algum abrigo que lhes garantisse, ao menos, a vida. Nesse deslocamento,
acabaram por fazer contato com os colonos Francisco Burjon, José de Oliveira Correia, André
Brito de Almeida, Francisco de Oliveira Rego e o capitão Simão da Silva, todos moradores da
35 Atualmente esta povoação possui mesmo nome, sendo um município localizado a 723 quilômetros de
Salvador.
36 TRANSLADO dos autos de criação da Vila Nova de Belmonte, que mandou fazer sobre a barra do rio Grande
o desembargador Tomé Couceiro de Abreu, ouvidor geral desta Comarca e Capitania de Porto Seguro. Povoação
do Rio Grande, 23 de dezembro de 1765. BNRJ – Manuscritos, doc. I – 5, 2, 29 nº. 12.
Cassação de Bonifácio José Dantas: uma incógnita
Esmeralda Lacerda Santos
Historiadora
Dantas, prefeito de Itamaraju, em 1963 (Arquivo Familiar, sem referência à data).
Bonifácio José Dantas, nascido em Hacarí, no Rio Grande do Norte, veio para Itamaraju na época em que essa cidade era conhecida por Vila do Escondido. Ainda muito novo formou uma família na localidade e deixou uma história de vida e luta pelos seus ideais muito bonita. No dia 5 de outubro de 1961, através da Lei Estadual nº 1509 (data da emancipação política de Itamaraju), a Justiça Eleitoral determinou as eleições na nova cidade. Dantas candidatou-se ao cargo eletivo de primeiro prefeito de Itamaraju e saiu vitorioso após disputar essas eleições com o senhor Moisés de Almeida, figura ilustre da região, também deixou sua história marcada de grandes feitos em nossa cidade.
Em 1963, Bonifácio José Dantas assumiu o cargo de prefeito de Itamaraju. A eleição aconteceu de forma legitimada e direta pelo fórum de Prado, e depois pela Câmara de Vereadores de Itamaraju. A ata extraordinária da Câmara Municipal, do dia 7 de abril de 1963, relata a instalação do recém-criado município e a posse do seu primeiro prefeito e vereadores eleitos (naquela época não existia o cargo de vice prefeito).
Após assumir a prefeitura, Dantas governa somente um ano. Ele se preocupou com a Educação local, construiu estradas para melhor acesso à cidade e melhorou a saúde do município.
Dantas era um político que não se deixava intimidar pelos seus adversários e muito menos era manipulado, mesmo com pouco estudo era desinibido, sabia se comunicar com pessoas de diversos setores da sociedade. Durante seu governo, fez várias viagens em busca de recursos para o município. Mesmo Assim foi cassado.
Segundo registros das atas do Legislativo da época, os motivos que levaram a cassação de Bonifácio José Dantas foram, em primeiro lugar, por ele ter
se afastado por mais de cinco dias da cidade sem deixar substituto na Prefeitura, nesse caso o presidente do Legislativo local. Em segundo lugar, sustentaram a tese de que Dantas fosse comunista, pois dera uma entrevista a Rádio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro, de posse de Leonel Brizola e seu cunhado João Goulart, presidente do Brasil. Todos se lembram do Golpe de 64 na gestão de João Goulart pelos militares. Pois bem, instaura-se aí a Ditadura Militar no país, período triste e vergonhoso para a História do Brasil.
À Dantas foi atribuído o papel de grande líder comunista. Coincidência ou não esse momento estava atrelado ao quadro político do país que legitimava a cassação de políticos por motivos de subversão e perigo à Nação Brasileira. Com isso, o legislativo itamarajuense encontrou uma forma de solidificar definitivamente a cassação de Dantas ao enviar à junta do regime implantado recente no país, algumas fotos da biblioteca feita por Dantas na cidade na qual havia um quadro de Fidel Castro, líder comunista de Cuba - um dos responsáveis pela queda do então presidente de Cuba Fulgêncio Batista em 1959 - e obras do socialismo. Segundo depoimentos, essas obras foram adquiridas por doações de terceiros e, quanto à ausência de Dantas por cinco dias, era para buscar melhorias para o município.
A Câmara, após votar e aprovar o requerimento de cassação por unanimidade, considera vago o cargo de prefeito do município de Itamaraju e a consequente perda de mandato do senhor Bonifácio José Dantas. Sem poder se defender, Dantas perde o mandato e ainda recebe prisão domiciliar, com isso, é encaminhado ao Exército em Salvador para responder inquérito. Após o inquérito, Dantas é liberado, o que leva a crer que ele não era comunista, no entanto não mais se ouviu falar desse assunto nem na crueldade com que ele foi conduzido. Sabe-se, tão somente, após depoimentos de moradores ilustres daquela época, que a incógnita deixada pelo real motivo da cassação favoreceu de uma certa forma a algum grupo político, mas deixou lacunas na história política de Itamaraju ao presenciar a saída brusca de um grande político do poder. Nesse sentido, vale a pena recordar a afirmação de CARR (1996:46) “A história tem sido vista como um enorme quebra-cabeças com muitas partes faltando”.
Dantas ( à direita ) em um discurso político, ao lado de Almir Nobre de Almeida (no centro da mesa), prefeito de Itamaraju, em 1971 ( Arquivo Familiar, sem referência à data).
BRASIL REPÚBLICA
Republicanismoé aideologiaa qual umanaçãoé governadacomoumarepúblicae ochefede Estadoé indicadopor métodosnãohereditários, frequentementeatravésdeeleições.⊙QUAL A ORIGEM DA PALAVRA REPÚBLICA?ETIM lat.respublica< lat.res publica'coisapública, o Estado, a administraçãodo Estado'
BRASIL REPÚBLICA
Você conhece essas imagens?
•
Qual período histórico ela retrata?
•
Que forma de governo regia o Brasil nesse período?
•
Como era a sociedade brasileira nesta época?
QUEM SERIAM ESSES GRUPOS SOCIAIS DO BRASIL IMPÉRIO?
QUEM SERIAM ESSES GRUPOS
SOCIAIS DO BRASIL IMPÉRIO?
TRABALHO SEC XIX
TRABALHO SEC.XXI
TRABALHO SEC.XXI
A MULHER SEC XIX
A MULHER SEC XXI
Final do século XIX
O governo de D. Pedro II passava por uma grande crise, com muitos desgastes nas relações entre o Estado e suas bases de apoio:
Oposição ao governo imperial por conta do trabalho escravo;
Conflitos entre o Imperador e a Igreja Católica;
Alguns militares não concordavam com o governo de D. Pedro II;
Em 1888, a abolição da escravatura desagradou aos grandes fazendeiros e proprietários de escravos.
Imagem: Carneiro & Gaspar/ Retrato de D. Pedro II/ PublicDomain.
•
“O fim do regime monárquico resultou de uma série de fatores cujo peso não é idêntico. Duas forças, de características muito diversas, devem ser ressaltadas em primeiro lugar: o Exército e um setor expressivo da burguesia cafeeira de São Paulo (...)”
•
Boris Fausto, História Concisa do Brasil, 2009, p.132.
Quanto à abolição...
AsiniciativasdoImperadornosentidodeextinguirgradualmenteosistemaescravista,provocaramfortesressentimentosentreproprietáriosrurais.OsfazendeirosdocafédoValedoParaíbadesiludiram-sedoImperador,dequemesperavamumaatitudededefesadeseusinteresses.Comisso,oregimeperdeuasuaprincipalbasesocialdeapoio.
História, 9º Ano do Ensino Fundamental
Brasil: a República das Oligarquias
Nasprimeirashoras da manhãdo dia15 de novembrode 1889, a tropasob o comandode marechalDeodoromarchoupara o ministérioda Guerra, ondese encontroucom oslíderesmonarquistas. No diaseguinte, a quedada monarquiaestavaconsumada.
Imagem: BeneditoCalixto (1853-1927)/ Proclamação da República/ Public Domain.
Os anos de consolidação da República
•
República da Espada
Os militares tiveram bastante influência nos primeiros anos de República.
Marechal Deodoro da Fonseca e Marechal Floriano Peixoto representaram o governo militar na primeira fase da República.
•
República das Oligarquias
A política do país era dirigida por oligarquias agrárias e por representantes civis na presidência.
Características da República das Oligarquias
República do Café com Leite
Para podermos entender a política que se estabeleceu durante a República Oligárquica, precisamos compreender qual era a situação social do Brasil nos primeiros anos de república.
•
No interior nordestino a superexploração, a miséria e a fome eram a realidade do sertanejo
•
Havia absoluta obediência ao chefe local, materializado na política pela figura do coronel.
•
A saúde era outro problema social principalmente nos grandes centros urbanos
•
O trabalho foi outra questão social delicada, foi durante este período que, começaram a se desenvolver as classes médias urbanas, assim como a classe operária.
É comum denominar a Primeira República “república dos coronéis”, em uma referência aos coronéis da antiga Guarda Nacional, que eram em sua maioria proprietários rurais, com uma base local de poder.
O coronelismo é um fenômeno político-eleitoral que ocorre na instância municipal ou regional. O poder político das oligarquias agrárias se sustentava no controle do voto da população rural e nas máquinas eleitorais.
A base da política café com leite tinha nome: coronelismo. Na época, os coronéis, grandes latifundiários, tinham o direito de formar milícias em suas propriedades e combater qualquer levante popular. Assim, trabalhadores e camponeses se viam subordinados ao poder militar e, sobretudo, político dos coronéis.
Imagem: André Koehne/ GNU Free Documentation License.
Mapa dos Conflitos Brasileiros na Virada dos Séculos XIX e XX:
Cangaço
Guerra de Canudos
Revolta da Vacina
Greves operárias
Guerra do Contestado
Realidade do sertão nordestino: movimentos sociais na primeira República
“Questãosocial é casode polícia.”?
•
Quando havia organização daqueles que eram injustiçados, as forças oficiais, com apoio dos coronéis, combatiam os movimentos com repressão e força militar.
•
Embora pretendessem implantar um sistema político-econômico moderno no país, os republicanos trataram os problemas sociais como “casos de polícia”.
•
Não havia negociação ou busca de soluções com entendimento.
•
O governo quase sempre usou a força das armas para colocar fim às revoltas, greves e outras manifestações populares.
ATÉ A PRÓXIMA AULA!
Nenhum comentário:
Postar um comentário