Atividades para impressão 6º ano
1ª Semana de aula com o Projeto Consciência Negra
Período: 09/11 a 13/07/2020.
Olá, meus queridos! Sejam bem vindos em nosso espaço virtual de aprendizagem!!!
Etapa 01 (aula 01):
· Nessa aula apresentaremos o tema do Projeto Consciência Negra – Vamos saber o porquê desse importante marco na luta do nosso povo preto.
v Vamos começar esclarecendo que essa data é instituída por uma Lei Federal; Vamos saber agora sobre essa Lei e o dia da Consciência Negra.
A Lei 10.639 de 2003 (aprofundar um pouco sobre a Lei) estabelece que no dia 20 de novembro seja comemorado o Dia da Consciência Negra. A data é feriado em boa parte do Brasil e foi criada para discutir a História dos negros no país, sua cultura e sua colaboração para a nação que temos hoje. Além disso, é também uma oportunidade para lembrar e evidenciar os problemas sociais que ainda afligem essa parcela da população. Antes de iniciar as aulas, procure se informar sobre o Dia da Consciência Negra na sua cidade e na sua escola. Onde você mora é feriado no dia 20 de novembro? No bairro da escola há algum evento especial? Essas informações são importantes para entender como a sua comunidade aborda as condições do negro na sociedade e como valoriza a cultura afro-brasileira. Assim, você pode preparar uma aula ainda mais direcionada à sua realidade.
Comece analisando se os estudantes estão familiarizados com o Dia da Consciência Negra e se já participaram de alguma atividade especial nessa data, em qualquer ano. Leia o texto:
A Utopia dos Palmares de Cyro de Mattos
Conforme a Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, o Dia Nacional da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro, pois foi nesse dia, em 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. Ele representou a luta do negro contra a escravidão no período do Brasil Colonial. Na trama implacável dos destinos, marcada de sangue pelos feitos do feroz aventureiro europeu, estava reservado ao Quilombo dos Palmares, na
serra da Barriga, em Alagoas, com o seu líder Zumbi, o lugar onde se deu um caso extremo de resistência ao sistema.
Disponível em: http://www.jornaldireitos.com/ver_artigos.php?artigo=205
Acesso em 15/04/2012.
Responda:
Quem foi Zumbi?
O que Zumbi representou para seu povo? E o que representa para nós hoje?
Crie uma charge sobre o dia da Consciência negra
2ª etapa (aula 02) - Nessa aula falaremos sobre como começou a triste história do racismo no Brasil, através da escravidão africana. (leitura compartilhada com inferência do professor para esclarecer eventuais dúvidas e explicar os contextos abaixo explicitados).
Escravidão no Brasil
Ao falarmos em escravidão, é difícil não pensar nos comerciantes portugueses, espanhóis e ingleses que superlotavam os porões de seus navios de negros africanos, colocando-os a venda de forma desumana e cruel por toda a região da América. Sobre este tema, é difícil não nos lembrarmos dos capitães do mato que perseguiam os negros que haviam fugido no Brasil, dos Palmares, da Guerra de Secessão dos Estados Unidos, da dedicação e ideias defendidas pelos abolicionistas, e de muitos outros fatos ligados a este assunto. Apesar de todas estas citações, a escravidão é bem mais antiga do que o tráfico do povo africano. Ela vem desde os primórdios de nossa história, quando os povos vencidos em batalhas eram escravizados por seus conquistadores. Podemos citar como exemplo os hebreus, que foram vendidos como escravos desde os começos da História. Muitas civilizações usaram e dependeram do trabalho escravo para a execução de tarefas mais pesadas e rudimentares. Na Antiguidade Clássica (Grécia e Roma) havia um grande número de escravos; contudo, muitos de seus escravos eram bem tratados e tiveram a chance de comprar sua liberdade.
No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam mulheres e homens negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão de obra escrava nos engenhos de açúcar do
Nordeste. Os comerciantes de escravos portugueses vendiam estes negros africanos como se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos. Escravos domésticos servindo uma família (pintura de Rugendas).
O transporte da África para o Brasil
O transporte era feito da África para o Brasil nos porões dos navios negreiros (também conhecidos como tumbeiros). Amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados ao mar.
Os escravos nos engenhos de açúcar
Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) acorrentados (para evitar fugas). Eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no Brasil Colônia. Eram proibidos de praticar sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, adotar a língua portuguesa na comunicação. Mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira. As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de engenho utilizassem esta mão de obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia. Os castigos físicos eram comuns na vida dos escravos (pintura de Rugendas).
As cartas de alforria
No Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam tornar-se livres. Porém, as poucas oportunidades e o preconceito da sociedade acabavam fechando as portas para estas pessoas.
Reações e resistências dos escravos; Os quilombos
O negro também reagiu à escravidão, buscando uma vida digna. Foram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os famosos quilombos. Estes eram comunidades bem organizadas, onde os integrantes
viviam em liberdade, através de uma organização comunitária aos moldes do que existia na África. Nos quilombos, podiam praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi. Campanha Abolicionista e a Abolição da Escravatura
A partir da metade do século XIX a escravidão no Brasil passou a ser contestada pela Inglaterra. Interessada em ampliar seu mercado consumidor no Brasil e no mundo, o Parlamento Inglês aprovou a Lei Bill Aberdeen (1845), que proibia o tráfico de escravos, dando o poder aos ingleses de abordarem e aprisionarem navios de países que faziam esta prática. Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e aprovou a Lei Eusébio de Queiróz que acabou com o tráfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 era aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos Sexagenários que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade. Somente no final do século XIX é que a escravidão foi mundialmente proibida. Aqui no Brasil, sua abolição se deu em 13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel. A vida dos negros após a abolição da escravidão Se a lei deu a liberdade jurídica aos escravos, a realidade foi cruel com muitos deles. Sem moradia, condições econômicas e assistência do Estado, muitos negros passaram por dificuldades após a liberdade. Muitos não conseguiam empregos e sofriam preconceito e discriminação racial. A grande maioria passou a viver em habitações de péssimas condições e a sobreviver de trabalhos informais e temporários.
Curiosidades históricas
-25 de março é o Dia Internacional em memória das vítimas da escravidão e do tráfico transatlântico de escravos.
- No Brasil, 28 de janeiro é o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.
- 2004 foi declarado pela ONU como o Ano Internacional para Celebrar a Luta contra a Escravidão e sua Abolição.
v QUESTÕES para análise:
1) Quanto tempo durou a escravidão no Brasil? Será que os pretos são mesmo livres? Esclareça.
2) Como os africanos chegaram ao Brasil e porque vieram?
3) Explique o conceito de senzalas.
4) O que eram os quilombos e como surgiram?
5) Pesquise sobre as leis que surgiram no processo da abolição da escravatura e aborde com mais ênfase a Lei Áurea e em que contexto a Princesa Isabel a assinou.
Atividades Remotas para o 7º ano
1ª Semana de aula com o Projeto Consciência Negra
Período: 09/11 a 13/07/2020.
Olá, meus queridos! Sejam bem vindos em nosso espaço virtual de aprendizagem!!!
J J
Etapa 01 (aula 01):
· Nessa aula apresentaremos o tema do Projeto Consciência Negra – Vamos saber o porquê desse importante marco na luta do nosso povo preto.
v Vamos começar esclarecendo que essa data é instituída por uma Lei Federal; Vamos saber agora sobre essa Lei e o dia da Consciência Negra.
A Lei 10.639 de 2003 (aprofundar um pouco sobre a Lei) estabelece que no dia 20 de novembro seja comemorado o Dia da Consciência Negra. A data é feriado em boa parte do Brasil e foi criada para discutir a História dos negros no país, sua cultura e sua colaboração para a nação que temos hoje. Além disso, é também uma oportunidade para lembrar e evidenciar os problemas sociais que ainda afligem essa parcela da população. Antes de iniciar as aulas, procure se informar sobre o Dia da Consciência Negra na sua cidade e na sua escola. Onde você mora é feriado no dia 20 de novembro? No bairro da escola há algum evento especial? Essas informações são importantes para entender como a sua comunidade aborda as condições do negro na sociedade e como valoriza a cultura afro-brasileira. Assim, você pode preparar uma aula ainda mais direcionada à sua realidade.
Comece analisando se os estudantes estão familiarizados com o Dia da Consciência Negra e se já participaram de alguma atividade especial nessa data, em qualquer ano. Leia o texto:
A Utopia dos Palmares de Cyro de Mattos
Conforme a Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, o Dia Nacional da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro, pois foi nesse dia, em 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. Ele representou a luta do negro contra a escravidão no período do Brasil Colonial. Na trama implacável dos destinos, marcada de sangue pelos feitos do feroz aventureiro europeu, estava reservado ao Quilombo dos Palmares, na
serra da Barriga, em Alagoas, com o seu líder Zumbi, o lugar onde se deu um caso extremo de resistência ao sistema.
Disponível em: http://www.jornaldireitos.com/ver_artigos.php?artigo=205
Acesso em 15/04/2012.
Responda:
Quem foi Zumbi?
O que Zumbi representou para seu povo? E o que representa para nós hoje?
Crie uma charge sobre o dia da Consciência negra
2ª etapa (aula 02) -
Mapeando os quilombos no Brasil
Além de Palmares, existiram inúmeras outras comunidades que serviram de abrigo e perspectiva de nova vida para escravos refugiados. Nesta atividade, analisaremos o mapa "Quilombos no Brasil", que foi baseado no livro "Os Quilombos e a rebelião negra", de Clóvis Moura (Editora Brasiliense, 1981).
DINÂMICA sugerida:
Indicar aos alunos o link do mapa "Quilombos no Brasil", abaixo informado.
Para uma melhor visualização do mapa, clicar sobre o link e abrir nova guia/janela.
Analisar o mapa e responder as questões, conforme se propõe. fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGDjeTHlmAX-1mzoFExqczyrwh0V5r3auC5B89MOE7h8dDYkiNJqtOfGtvNorSOoLkqEodGTQgd6FmHgvDoVeFk6jEeYdCXhvPIJjnS0puzDlwql55gJ7LzRoaoGhvC5IyjU0BTisbQOc/s1600/MAPA+QUILOMBOS.jpg. Acesso em 03de novembro de 2020.
QUESTÕES para análise:
1. Em quais regiões brasileiras verificamos a existência de quilombos?
2. Em quais vemos o maior número de quilombos?
3. Localize o Quilombo de Palmares.
4. Em quais regiões não identificamos quilombos?
5. Contabilize a quantidade de quilombos espalhados pelo território nacional e avalie a sua importância na resistência ao escravismo no Brasil.
6. Para ajudar na resposta, leia a definição de "Quilombo" no dicionário virtual - http://www.dicio.com.br/quilombo/. Acesso em 03 de setembro de 2020.
7. As questões devem ser anotadas e respondidas no caderno.
PROFESSOR!
Nesta atividade, o objetivo é que os alunos percebam e reflitam sobre a quantidade de quilombos espalhados pelo Brasil, os quais representam focos de resistência ao regime escravista.
Atividades Remotas para o 8º ano
1ª Semana de aula com o Projeto Consciência Negra
Período: 09/11 a 13/07/2020.
Olá, meus queridos! Sejam bem vindos em nosso espaço virtual de aprendizagem!!!
J J
Etapa 01 (aula 01):
· Nessa aula apresentaremos o tema do Projeto Consciência Negra – Vamos saber o porquê desse importante marco na luta do nosso povo preto.
v Vamos começar esclarecendo que essa data é instituída por uma Lei Federal; Vamos saber agora sobre essa Lei e o dia da Consciência Negra.
A Lei 10.639 de 2003 (aprofundar um pouco sobre a Lei) estabelece que no dia 20 de novembro seja comemorado o Dia da Consciência Negra. A data é feriado em boa parte do Brasil e foi criada para discutir a História dos negros no país, sua cultura e sua colaboração para a nação que temos hoje. Além disso, é também uma oportunidade para lembrar e evidenciar os problemas sociais que ainda afligem essa parcela da população. Antes de iniciar as aulas, procure se informar sobre o Dia da Consciência Negra na sua cidade e na sua escola. Onde você mora é feriado no dia 20 de novembro? No bairro da escola há algum evento especial? Essas informações são importantes para entender como a sua comunidade aborda as condições do negro na sociedade e como valoriza a cultura afro-brasileira. Assim, você pode preparar uma aula ainda mais direcionada à sua realidade.
Comece analisando se os estudantes estão familiarizados com o Dia da Consciência Negra e se já participaram de alguma atividade especial nessa data, em qualquer ano. Para conduzir a discussão, faça perguntas como:
Por que dia 20 de novembro foi escolhido para comemorar o Dia da Consciência Negra?
Quem foi Zumbi dos Palmares e porque ele é um símbolo tão importante para o povo negro?
O que foram os quilombos?
Use o texto abaixo como referência para esclarecer as dúvidas que surgirem durante a conversa:
Como surgiu o Dia da Consciência Negra?
As origens do Dia da Consciência Negra estão relacionadas aos esforços dos movimentos sociais para evidenciar as desigualdades históricas que afligem as populações negra e parda no Brasil. A data é comemorada em 20 de novembro para coincidir com o aniversário da morte de Zumbi dos Palmares (1655-1695), líder do Quilombo dos Palmares, no período colonial brasileiro. Os quilombos eram agrupamentos populacionais formados por escravos foragidos de fazendas coloniais. Nesses locais, muitas vezes escondidos em meio à mata, os ex-escravos se organizavam para garantir sua subsistência e a reprodução da cultura de seus ancestrais africanos. No entanto, esses lugares eram frequentemente alvo da violência dos senhores de escravos brancos, que procuravam retomar o controle dos seus escravos foragidos. O Quilombo dos Palmares, localizado no atual estado de Alagoas, é uma das mais famosas comunidades de escravos foragidos da nossa história. Seu último líder foi Zumbi dos Palmares, nascido no quilombo, mas capturado por colonos portugueses quando ainda era criança. Seu retorno aconteceu quando o governo da Capitania de Pernambuco negociava com as lideranças quilombolas sua submissão à Coroa Portuguesa. Por não concordar com essa proposta, Zumbi desafiou Ganga Zumba, então líder dos negros. Ganga Zumba acabaria envenenado por um aliado de Zumbi, que se tornou assim o governante da comunidade. No final do século17, o Quilombo foi alvo de diversos ataques de bandeirantes. Acabou sucumbindo aos poder bélico superior das tropas. Nesse período, Zumbi foi caçado e morto. Sua cabeça foi exibida em praça pública para desencorajar os outros escravos. Desde a década de 70, a data do falecimento de Zumbi tem sido utilizada para relembrar as condições desumanas da escravidão no Brasil e as formas de resistência dos povos escravizados. Mais recentemente, leis estaduais e municipais criaram o feriado no dia 20
de novembro com o objetivo de valorizar a cultura negra e reconhecer a contribuição de ex-escravos e seus descendentes para a história .( Maiko Rafael Spiess)
Ao final da discussão, para ampliar a compreensão da turma sobre as razões históricas do Dia da Consciência Negra, apresente o vídeo "Zumbi dos Palmares" produzido pela TV Câmara. Com subsídio do vídeo - que traz uma biografia de Zumbi -, você pode provocar a classe a fornecer respostas ainda mais completas sobre a importância de Zumbi como símbolo da consciência negra.
2ª etapa (aula 02) - (Os vídeos podem ser trabalhados nas oficinas caso não haja tempo para reproduzi-los)
VÍDEO:CONSCIÊNCIA NEGRA https://www.youtube.com/watch?v=ha3SWC38LHM
VÍDEO: MINI DOCUMENTÁRIO ZUMBI DOS PALMARES https://www.youtube.com/watch?v=-MLl-nPk_gE
3ª etapa (aula 03)
Informe à turma que, para aprofundar o assunto e fazer uma conexão do passado com os dias de hoje, você propõe a organização de um painel sobre o tema. Organize os alunos em grupos e peça que façam uma pesquisa sobre um dos tópicos abaixo. A sugestão é que pesquisem na biblioteca da escola, em revistas e livros que você trouxer ou na internet. 1. Aspectos econômicos e sociais da escravidão no Brasil; 2. O movimento abolicionista; 3. Importância da cultura negra no Brasil atual; 4. Personalidades negras ou mestiças na História do Brasil; 5. Populações descendentes dos quilombos (quilombolas) Conforme a realidade da sua comunidade, proponha outros temas que julgue interessantes ou adequados. Apenas lembre-se que o objetivo principal é entender tanto
as dificuldades históricas impostas pelo período escravagista no Brasil, quanto as contribuições dos povos afrodescendentes para a riqueza cultural do país.
3ª etapa
Finalizada a pesquisa, peça que os adolescentes exponham o que encontraram - vale indagar quais elementos mais chamaram a atenção durante a investigação. Registre no quadro as informações mais relevantes, de modo a compor uma síntese. Aproveite que os estudantes estão familiarizados com o assunto para introduzir a análise das consequências da escravidão (e da resistência a ela) no nosso presente. Inicie debatendo as dificuldades impostas aos negros no Brasil. Algumas perguntas possíveis:
Negros e brancos têm as mesmas oportunidades de educação e trabalho?
Em geral, negros são mais atingidos por mazelas sociais como pobreza e violência?
Qual é a relação entre os povos negros e mestiços e o restante da sociedade brasileira?
Existe racismo no Brasil? É possível apontar situações em que ele ocorre?
Há relações entre a escravidão e as desigualdades de hoje? Quais?
Avaliação
Para a atividade final, peça que os grupos se reúnam mais uma vez e elaborem um texto que aponte as raízes do Dia da Consciência Negra e o que a data representa nos dias de hoje. O texto deve conter a fundamentação histórica para a data e indicar que ela está relacionada à necessidade de valorizar a cultura afro-brasileira e de debater a desigualdade racial no Brasil. Peça, ainda, que a turma comente propostas de outras medidas (como as cotas raciais) para reverter esse quadro. Com este exercício e também levando em conta as discussões feitas em sala, observe se os alunos concluíram a sequência didática com uma compreensão mais clara sobre a condição dos negros em nossa sociedade.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES- PROJETO CONSCIÊNCIA NEGRA
Unidade Temática:
✔Modernização, ditadura civil-militar e redemocratização: o Brasil após 1946.
Objetos de Conhecimento: A ditadura civil-militar e os processos de resistência.
Consciência Negra.
Ano/Série:9º anoPeríodo:03/11 a 13/11/2020Nº de Aulas:06
ATIVIDADES/ANEXOS 1ª Etapa / 1ª semana - 1º Aula “Nada no mundo é mais perigoso que a ignorância sincera e a estupidez consciente.” Martin Luther King 1º Momento: Apresente o objeto do conhecimento aos alunos : Ditadura X Resistência Esta aula tem como objetivo que os alunos identifiquem o que foi o movimento de resistência durante o período da ditadura civil-militar, seu significado e suas diferenças e como estes movimentos contribuíram para a reconquista dos direitos sociais e políticos no Brasil. Resistência Oque significa? Professor: o ideal é que relacionem a palavra resistir também ao significado de: resistente, aquele que se mantém firme, que suporta, que reage contra algo. O ideal é que os alunos sejam estimulados a pensar sobre o significado do conceito e as formas de resistências que existem. Às vezes a resistência é uma ação, mas o silêncio e a inação também são formas de resistência, dependendo da situação. Caso os alunos não saibam, ou deem respostas muito distantes do significado de resistência, o professor pode citar frases utilizando a palavra resistência para ajudar os alunos, como: João não aceitou a injustiça feita com Pedro no jogo, sua resistência foi abandonar o jogo. Pedro resistiu contra as novas regras impostas, protestando. Pode se relacionar o significado de resistência a música local, aos raps, ao funk, ao grafite, como que estes aspectos da cultura se configuram como uma forma de resistência de dar voz a uma parcela da sociedade pouco ouvida. Resistência -Ação ou efeito de resistir,
de não ceder nem sucumbir. -Aptidão para suportar dificuldades. -Qualidade de reagir contra a ação de outro. -Recusa de submissão à vontade de outrem. -Oposição, reação. Em seguida apresente a atividade: ➔ Atividade: ➔ Observem atentamente as imagens abaixo e responda as questões: Passeata dos Cem Mil afronta a Ditadura ● O que vocês observam na imagem? Que forma de resistência estava sendo utilizada? Greve dos trabalhadores do ABC
● e nessa imagem o que vocês observam ? Que forma de resistência estava sendo utilizada? ● Leia a música abaixo atentamente: Opinião Podem me prender Podem me bater Podem até deixar-me sem comer Que eu não mudo de opinião. Aqui do morro eu não saio não Aqui do morro eu não saio não. Se não tem água Eu furo um poço Se não tem carne Eu compro um osso e ponho na sopa E deixa andar, deixa andar... Falem de mim Quem quiser falar Aqui eu não pago aluguel Se eu morrer amanhã seu doutor, Estou pertinho do céu. Zé Ketti. Opinião. Disponível em: http:/www.mpbnet.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.
● Qual a crítica retratada no texto? ● Essa música fez parte de um importante espetáculo teatral que estreou no ano de 1964,(Ditadura civil-militar) no Rio de Janeiro. O papel exercido pela Música Popular Brasileira (MPB) nesse contexto, evidenciado pela letra de música citada, foi o de: a) Diversão para os grupos intelectuais; b) Valorização do progresso econômico do país; c) Passividade dos setores populares em relação a fome; d)Denúncia da situação social e política do país. 2º Aula: Racismo no Brasil: herança maldita :Projeto Consciência Negra 1º Momento: ● O professor deverá iniciar este momento provocando um questionamento sobre como surgiu o Dia da Consciência Negra. ● Vocês sabem o motivo pelo qual foi decretado o Dia da Consciência Negra? ● O que significa o termo consciência negra? ● A abolição da escravatura tem alguma ligação com o Dia da Consciência Negra?” ● Observe atentamente a imageme responda as questões abaixo: Imagem: Ato reorganiza movimento Negro. ➔ Questões:
● O que esta imagem representa? ● Pelo o que eles estavam protestando? ● Agora leia a carta convocatória do Movimento Negro, e responda as questões abaixo:. CARTA CONVOCATÓRIA (Movimento Negro Unificado, 1978) “Não podemos mais calar. A discriminação racial é um fato marcante na sociedade brasileira, que barra o desenvolvimento da Comunidade Afro-Brasileira, destrói a alma do homem negro e sua capacidade de realização como ser humano. O Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial foi criada para que os direitos dos homens negros sejam respeitados. Como primeira atividade, este Movimento realizará um Ato Público contra o Racismo, no dia 7 de julho às 18h30 min horas, no Viaduto do Chá. Seu objetivo será protestar contra os últimos acontecimentos discriminatórios contra negros, amplamente divulgados pela Imprensa. Nós, Entidades Negras, reunidas no Centro de Cultura e Arte Negra no dia 18 de junho, resolvemos criar um Movimento no sentido de defender a Comunidade Afro-Brasileira contra a secular exploração racial e desrespeito humano a que a Comunidade é submetida. No dia 28 de abril, numa delegacia de Guaianazes, mais um negro foi morto por causa das torturas policiais. Este negro era Robson Silveira da Luz, trabalhador, casado e pai de filhos. No Clube de Regatas Tietê, quatro garotos foram barrados do time infantil de voleibol pelo fato de serem negros. O diretor do Clube deu entrevistas nas quais a firma as suas atitudes racistas, tal a confiança de que não será punido por seu ato. Nós também sabemos que os processos desses casos não darão em nada. Como todos os outros casos de discriminação racial, serão apenas mais dois processos abafados e arquivados pelas autoridades deste país, embora um dos casos tenha a agravante da tortura e consequente morte de um cidadão. Mas o Ato Público Contra o Racismo marcará fundo nosso repúdio e convidamosatodosossetoresdemocráticosquelutamcontraodesrespeitoeasinjustiçasaos direitos humanos, a engrossarem fileiras com a Comunidade Afro-Brasileira nesse ato contra o racismo. Fazemos um convite especial a todas as entidades negras do país, a ampliar em nosso movimento. As entidades negras devem desempenhar o seu papel histórico em defesa da Comunidade Afro-Brasileira; e, lembramos, quem silencia consente. Não podemos mais aceitar as condições em quevive o homem negro, sendo discriminado da vida social do país, vivendo no desemprego, subemprego e nas favelas. Não podemos mais consentir que o negro sofra as perseguições constantes da polícia, sem dar uma resposta. Todos ao ato público contra o racismo contra a discriminação racial contra a opressão policial pelo fortalecimento e união das entidades afro-brasileiras”. Carta Convocatória (Movimento Negro Unificado, 1987). ➔ Questões: ● Quais os principais características do movimento negro? ● Quais problemas apresentados na carta ainda se mantêm no nosso dia a dia e na sociedade? ● Elabore um cartaz com uma frase de protesto contra os problemas identificados acima, e sobre o racismo existente ainda na sociedade. 3º Aula:
1ª Momento: Projeto Consciência Negra Vamos trabalhar Charge? Você sabia... ★ O termo charge é proveniente do francês “charger” (carregar, exagerar). Sendo fundamentalmente uma espécie de crônica humorística, a charge tem o caráter de crítica, provocando o hilário, cujo efeito é conseguido por meio do exagero. Ela se caracteriza por ser um texto visual humorístico e opinativo, criticando um personagem ou fato específico. Segundo (RABAÇA e BARBOSA, 1978: 89), a charge é um tipo de cartum “cujo objetivo é a crítica humorística de um fato ou acontecimento específico, em geral de natureza política”. De acordo com estes autores, uma boa charge deve procurar um assunto atual e ir direto onde estão centradas a atenção e o interesse do público leitor. ➔ Para refletir sobre esse momento o professor deverá usar as charges abaixo: ● Charges: Professor:Na primeira charge, temos o desconhecimento do policial sobre o feriado e também sobre a grande personalidade que marca a história do dia da consciência negra, Zumbi. Angelicom seu traço ferino corta fundo a realidade de um país que busca apagar as mazelas do passado com um simples decreto, mas continua rejeitando os homenageados." Já na segunda charge, o autor denuncia que a transformação da data em feriado só fez com que as pessoas que realmente precisavam ser “conscientizadas” viajassem, sem sequer refletir no assunto. Essas charges nos leva à compreensão de que, embora a comemoração do dia 20 de Novembro (dia da Consciência Negra) exista, não temos usado essa data para uma reflexão, de fato, sobre a contribuição do negro na construção do país, em seus diversos aspectos, tanto culturais, quanto estruturais e da necessidade de rompermos com todo e qualquer preconceito racial. ➔ Atividade Observe atentamente as charges abaixo ,e responda as questões : charge 1
Disponível em: http://jakobskind.blogspot.com.br/2009/11/charge-dia-da-consciencia-negra-no.html charge 2Disponível em: http://adrianelima.wordpress.com/2008/11/20/consciencia-negra/ ➔ Questões: ● Qual critica retratada nas charges? ● Assinale a opção que corresponde à posição crítica do chargista sobre o dia da Consciência Negra no Brasil.(charge 1) a) A charge faz crítica ao Movimento Negro, que incita a discórdia da sociedade brasileira; b) Angeli demonstra como os negros trabalhadores alternativas para acabar a miséria; c)A charge de Angeli demonstra a persistência da desigualdade social e racial na sociedade brasileira; d)A charge demonstra que os negros não contribuem para a economia brasileira. 2. Com base nas críticas feitas acima sobre o não envolvimento de grande parte da sociedade brasileira com o 20 de novembro, construa um Meme que retrate a importância dessa data para o povo brasileiro. 2ª Etapa / 2ª semana: ● ( 4ª aula) – PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO EM RELAÇÃO AOS NEGROS - A LUTA ANTIRRACISTA Esta atividade tem por objetivo levar os estudantes a refletirem sobre a luta antirracista no Brasil e sua importância, destacando as suas ferramentas, e a discussão do uso das redes sociais sobre essa temática. Relembre que o Movimento Negro Unificado (MNU) como visto nas aulas anteriores nasce no período ditatorial no Brasil, e de lá pra cá a luta antirracista, e o seu contínuo desejo pela igualdade racial, ganha novas formas, dentre elas o uso da internet, e mais precisamente as redes sociais, que proporcionam uma maior propagação
dessa discussão. ● Primeiramente leve os estudantes a comentarem se possuem contato com redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter, etc...), se caso afirmativo, pergunte a eles se já viram posts, memes, postagens maiores sobre este tema, se caso houver exemplos deixe os estudantes comentarem do que se tratava.. ● Em seguida peça a eles que observe com atenção as postagens a seguir:
Após a observação, levantar alguns questionamentos: 1. No primeiro post aparece uma citação de Angela Davis, ativista norte americana. O que será que ela quis dizer sobre ser antirracista? 2. Em algum momento nos últimos meses você chegou a ver nas redes sociais a hashtag, “Vidas Negras Importam!”? Caso sim, descreva do que se tratava, e em seguida diga a sua opinião em relação a essa hashtag. 3. Em um dos posts apresenta a pergunta: “Sua luta antirracista é só um post com hashtag?”,comente a sua compreensão sobre essa frase. 4. Com base na interpretação das discussões levantadas nos posts acima, e também em outras postagens sobre esse tema, você considera a internet e as redes sociais como sendo uma ferramentas da luta antirracista? Explique a sua resposta. 5. De acordo o que vimos nesta atividade, use a sua criatividade e construa uma hashtag que aborde a importância da consciência negra em favor da luta antirracista. ● ( 5ª aula) – Leitura compartilhada do texto “ VOCÊ TEM PRECONCEITO?” , durante a leitura dê algumas pausas e comente sobre o texto com os alunos, após realize a atividade proposta. VOCÊ TEM PRECONCEITO? Alguns dias atrás, em uma escola no Rio de Janeiro, aconteceu uma coisa muito, muito triste com uma criança de seis anos. Você acredita que algumas colegas disseram que o cabelo dela era “de pobre”? E sabe por quê? Pois a menina é a única criança negra da sala de aula.
Ela ficou muito chateada ao ouvir isso, chorou bastante, e a mãe dela até precisou explicar em uma rede social o caso todo, de tanta gente perguntando o que havia acontecido. Saiu até notícia em jornal. Imagine-se no lugar dela. O que você iria sentir e pensar se alguns colegas falassem algo muito negativo sobre sua aparência, cor da pele ou cabelo? Vamos conversar hoje sobre racismo. Você já ouviu essa palavra? Sabe o que ela quer dizer? Significa que existe a ideia de que algumas raças são superiores a outras. E se há raças superiores, há, portanto, as inferiores. Entenda melhor o que é racismo pensando no que aconteceu com a garota de seis anos. As colegas disseram que o cabelo dela era “de pobre” pois acham que só os fios lisos são bons e bonitos. Logo, quem não tem cabelo assim é colocado em um lugar inferior. Como o cabelo dos negros não é naturalmente liso, eles são considerados feios, de acordo com essa lógica. Além do racismo, o que aconteceu também mostrou preconceito contra as pessoas pobres. Preconceito é ter uma atitude contrária a algo ou alguém sem pensar direito, ou ofender alguém por sua cor de pele, classe social, tipo de cabelo ou condição física. No exemplo da menina, os pobres foram criticados, não foram? Como se ser pobre fosse uma escolha! Que tal conversarmos hoje sobre racismo, preconceito e sobre como essas situações acontecem aqui na escola? Falar disso, ouvir pessoas que sofrem com racismo ou preconceito e entender que alguns pensamentos são racistas ou preconceituosos ajudam você a se tornar uma pessoa melhor. E isso é bom para o seu futuro e para o mundo! ROSELYSAYÃ-ARTIGOADAPTADODEHTTP://WWW1.FOLHA.UOL.COM.BR/COLUNAS/QUEBRACABECA/2015/10/1692507-VOCE-TEM-PRECONCEITO.SHTML Leia a tirinha abaixo: 1 – Na tirinha que você leu, o personagem Armandinho conversa com seu pai sobre o Preconceito. O pai do menino compara o preconceito à: (a) uma lesma (b) um sofrimento(c) uma doença (d) um desvio de caráter 2 – Como o Preconceito pode ser transmitido? (a) por um vírus (b) por uma bactéria (c) pelos inimigos (d) pelos pais, amigos da escola e até pela TV. 3 – O pai de Armandinho explica ao filho que Preconceito tem cura, que pode ser tratado com: (a) remédios (b) educação (c) atividade física (d) alimentação Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuyqtib2hmeTHFo-cNXuJcx5QYk9i_nVUix6Ld83-B3rk_L9vo9dKLSvJLBLKyrzzSIPfaJvFGdOdE4xLon6D3dM7WbIM_AUaTl7Fjo722mnjg38fU2SiW4iip13Oc-4S_2cuxLVv4Nu8/s1600/preconceito-full.jpg Sugestão de questões: . Que sentimentos esta imagem transmite para vocês? . Vocês acham que ela retrata situações que podem ser observadas no dia a dia? . Alguém já se sentiu “na pele” do pintinho amarelo? . Como foi sentir-se diferente do grupo? . Qual o problema em ser diferente do outro? . Na escola e em outros espaços de convivência social, procuram se relacionar com pessoas que são diferentes de vocês? . Como agem em relação ao jeito diferente de ser e de se comportar do outro?
. Respeitamo outro, o colega, apesar das diferenças? . Conseguem identificar pessoas que vocês evitam conviver por algum julgamento negativo em relação a elas? Como explicam essa atitude de vocês? ( 6ª aula) – Racismo no Brasil? Vamos iniciar a aula ouvindo a música “ Racismo é Burrice” https://www.youtube.com/watch?v=WZUycmYkT6M&list=RDWZUycmYkT6M&start_radio=1após ouvir a música discutir sobre o tema racismo no Brasil e fazer a leitura do texto a seguir: Racismo no Brasil? Autor: Ilidio Teixeira (Adaptado pela autora da aula. Texto na íntegra site:http://www.spiner.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=901&page=2) Racismo no Brasil é, no mínimo, uma atitude de ignorância às próprias origens. Qual é o antepassado do “verdadeiro brasileiro”? Indígena (os primeiros povos a habitar a terra do ‘Pau Brasil’)? Os negros (que foram trazidos para trabalhar como escravos e, ainda, serviram de mercadoria para seus senhores)? Os portugueses (que detém o status de descobridores desta terra)? Porém, pode ser a miscigenação de todas as raças, como vemos hoje? Afinal de contas, aqui se instalaram povos de todos os lugares do mundo. Portugueses, espanhóis, alemães, franceses, japoneses, árabes e, ultimamente, peruanos, bolivianos, paraguaios, uruguaios e até argentinos vivem neste país que é hospitaleiro para com os estrangeiros e, por vezes, hostil com sua própria população. Quantas pessoas mestiças nascidas no Brasil você conhece ou, pelo menos, já viu? Quantas vezes você ouviu alguém dizer que “meu avô era africano, minha avó espanhola”, ou então...” meu pai é japonês e minha mãe é árabe”? Quando representantes ‘tupiniquins’ participam de eventos esportivos ou sociais, o que vemos são pessoas de diferentes raças, mas apenas um sangue e somente uma paixão: o Brasil. O que existe por aqui é muito racismo camuflado e que todo mundo faz questão de não enxergar. Os alvos, mesmo que inconscientemente, sempre são os mesmos. Negros, mestiços, nordestinos, pessoas fora do padrão da moda, ou seja, obesos, altos demais, baixos ou anões e, principalmente, os mais pobres sofrem com a discriminação. Muitos não conseguem emprego, estudo, dignidade e respeito. Estes não têm vez na
sociedade brasileira! Para exemplificar isso, basta visitar as faculdades, os pontos de encontro (como bares, danceterias, teatros e cinemas) ou, até mesmo, se tiver mais coragem, verificar o revés da história, ou seja, favelas e presídios. Claramente, nesses lugares, este racismo hipócrita e camuflado vem à tona e causa espanto em muitas pessoas que não ‘querem’ encarar a verdade dos fatos. Segundo a Constituição Brasileira, qualquer pessoa que se sentir humilhada, desprezada, discriminada, etc...por sua cor de pele, religião, opção sexual...pode recorrer a um processo judicial contra quem cometeu tal atrocidade. Mas, neste país, a verdade é que ninguém encara isto seriamente. Precisamos mudar essa difícil realidade! O brasileiro tem de valorizar suas origens, para que um dia este país tenha condições de lutar com igualdade pelos seus direitos e por todos nós. ATIVIDADE Após leitura e análise do texto responda as questões: 1) Exemplifique porque o autor diz que o racismo no Brasil é um ato de ignorância? 2) Porque o autor diz que este país é hospitaleiro com os estrangeiros e, muitas vezes, hostil com sua população? 3) Precisamos mudar essa difícil realidade! “A que o autor se refere? O que tem que ser diferente? Faça um pequeno levantamento do qual você considera ser realmente necessário para que esse nosso país seja realmente justo? 4) Após ouvir a música “Racismo é Burrice” de Gabriel o pensador responda: Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante O quê que importa se ele é nordestino e você não? O quê que importa se ele é preto e você é branco” Gabriel Pensador. A) O texto acima fala de preconceito quanto à cor da pele negra. B) O texto fala sobre o racismo. C) O texto acima fala de preconceito quanto à cor da pele e o orgulho de ser nordestino. D) O texto faz uma reflexão sobre a figura do nordestino e do negro, associado ao preconceito de cor e de origem. 5) Explique o trecho: “Branco no Brasil é difícil porque no Brasil somos todos mestiços” · (7º aula) – “O PERIGO DE UMA HISTÓRIA ÚNICA.”
Para esta aula convém levar os estudantes a refletirem que existem os motivos pelos quais o racismo e a não igualdade racial se e instalaram no Brasil de forma tão marcante e violenta, e que dentre esses motivos, veremos sobre a inferiorização do povo que descendemos, os africanos. Sendo que para isso é necessário primeiramente entendermos como os europeus estrategicamente tornaram a história do grande continente africano e dos seus povos, uma história única, marcada por preconceitos, estereótipos, inferiorização e opressões. · Para isso cabe trabalhar a proposta da escritora nigeriana ChimanandaNgoziAdichie, com uma versão resumo da sua palestra: “O perigo de uma história única”,em que se pode discutir a visão eurocêntrica sobre os povos colonizados na África, e a imposição dessa concepção, ainda vigente no mundo atual. A leitura pode ser compartilhada. · Vejamos: Quando criança, a escritora nigeriana ChimamandaAdichie convivia com Fide, um menino que trabalhava para sua família. Tudo o que ela sabia sobre ele é que sua família era muito pobre. Diante de qualquer desperdício, a mãe de Chimamanda chamava sua atenção: “termine sua comida! Você não sabe que pessoas como a família de Fide não tem nada?”. Ela só conseguia sentir pena dele. Um dia, Chimamanda e sua família foram visitar a aldeia de Fide. A pequena garota ficou surpresa ao ver um cesto que o irmão do garoto havia feito. “Nunca havia pensado que alguém em sua família pudesse realmente criar alguma coisa”, relata. “Tudo o que eu tinha ouvido sobre eles era como eram pobres, assim havia se tornado impossível para mim vê-los como alguma coisa além de pobres. Sua pobreza era minha história única sobre eles.” Pegar toda a complexidade de uma pessoa e de seu contexto e reduzi-los a um só aspecto é o que Chimamanda chama de o perigo da história única. Como uma estudante nigeriana em uma universidade nos Estados Unidos, ela vivenciou com frequência isso. A imagem do continente africano como lugar de guerras e fome se refletiu na imagem que tinham dela. De sua colega de quarto, Chimamanda escutou questionamentos sobre sua capacidade de falar inglês ou de operar um fogão e dúvidas sobre a “música tribal” que ela escutava. “Nessa única história não havia possibilidade de os africanos serem iguais a ela, de jeito nenhum.” A história única também recaiu sobre seu trabalho literário, criticado por não ser “autenticamente africano” já que seus personagens dirigiam carros, não passavam fome e tinham coisas em comum com os americanos. Esta diferenciação entre o eu e o Outro, segundo a autora, é uma das graves consequências da história única. “Ela rouba das pessoas sua dignidade. Faz o reconhecimento de nossa humanidade compartilhada difícil. Enfatiza como nós somos diferentes, ao invés de como somos
semelhantes.” Chimamanda também aponta a história única como fonte dos estereótipos: “mostre um povo como uma coisa, como somente uma coisa, repetidamente, e será o que eles se tornarão”. Para a escritora, “poder é a habilidade de não só contar a história de uma outra pessoa, mas de fazê-la a história definitiva daquela pessoa”. ChimamandaAdichie é uma das principais escritoras nigerianas da atualidade. É autora de poemas, contos e romances. Seu último livro, “Americanah”, foi apontado pelo jornal New York Times como um das dez melhores obras de 2013. Além da palestra “O perigo da história única”, Chimamanda também falou em evento livre do TED (TEDx) sobre feminismo. Se Chimamanda traz tanta atenção aos perigos da história única, ela ressalta o poder das histórias. “Histórias tem sido usadas para expropriar e tornar malígno. Mas histórias podem também ser usadas para capacitar e humanizar”, pondera. “Histórias podem destruir a dignidade de um povo, mas histórias também podem reparar essa dignidade perdida.” Disponível em: https://educacaointegral.org.br/reportagens/eu-outro-perigo-da-historia-unica/#:~:text=Quando%20crian%C3%A7a%2C%20a%20escritora%20nigeriana,sua%20fam%C3%ADlia%20era%20muito%20pobre.&text=%E2%80%9CNunca%20havia%20pensado%20que%20algu%C3%A9m,criar%20alguma%20coisa%E2%80%9D%2C%20relata. Sugestões de questões a serem trabalhadas: 1. A partir da leitura do texto, qual teria sido o motivo da origem da visão inferiorizada e tida como verdade única para com os povos africanos? 2. Você teria alguma história única sobre algum povo, no qual a considera ser uma verdade? Caso sim descreva qual seria, e de onde veio essa informação? 3. Busque informações sobre o continente africano, ou mesmo de um país deste continente, no que se refere a sua produção de conhecimentos, saberes tradicionais, contribuições científicas, seus artistas, etc. E após isso, comente a sua impressão sobre essas descobertas. · E importante levar os estudante a perceber que não é sua culpa o desconhecimento em torno do continente africano e seus povos, mas que isso diz respeito ao projeto de colonização que estrategicamente buscou retirar a visibilidade desses povos, repercutindo no contexto do negro
no Brasil. · E também leva-los a reconhecer os gatilhos que nos afasta do nosso reconhecimento identitário, para que assim percebam a importância de se aproximar e conhecer um pouco mais do território que constitui parte da nossa ancestralidade. · E que histórias únicas como a que nos foram contadas, possam ser revistas, para podermos conhecer a verdade e a potencialidade de um povo.
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