Atividade para sala virtual - 7º ano 23/04


                         A RESISTÊNCIA DOS  POVOS DA TERRA  -  7º ano

 Como você pode imaginar, quando os portugueses tentaram se apoderar das terras americanas, escravizar a mão de obra nativa (pois precisavam de grande número de trabalhadores fixos em um território) e impor a sua cultura, teve início um processo de resistência contra o colonizador europeu. Os grupos indígenas, desde o início da dominação portuguesa, tentaram resistir tanto pela fuga como pelo recurso às armas.
 Para combater o que consideravam a indocilidade dos indígenas às tentativas de catequização e dominação, os portugueses empreendiam a chamada “guerra justa". Esse era o meio de dominar quem “estava em casa" e podia aproveitar todas as oportunidades de fugas individuais e coletivas. Além dessas fugas, havia também rebeliões e assassinatos dos dominadores que devem ser considerados como choques indicadores do descompasso entre diferentes culturas e economias. 
 Essas rebeliões eram chefiadas por líderes religiosos locais. Porém, como os colonizadores europeus não consideravam que o indígenas tivessem uma religião digna do nome, para se comparar ao catolicismo, nomearam essas manifestações de resistência de “santidades", sobre as quais você lerá a seguir, nos textos de dois historiadores.
Santidades
 Os europeus chamaram de santidades movimentos em massa de indígenas para o interior do continente em busca de uma Terra Sem Mal, liderados por um caraíba (chefe religioso) segundo a cultura Tupinambá. Mas esses agrupamentos podiam ter como finalidade a rebelião e ataques ao colonizador. No século XVII, os moradores do Brasil consideravam que santidades eram o mesmo que revolta indígena.
 Em finais do século XVI, a população indígena já declinava devido ao contato com o europeu, que trouxe para os nativos doenças, fome, a escravidão e a ameaça cultural da catequese. Por conta disso, já em meados do século XVI as santidades parecem ter se revigorado e chegado até as primeiras décadas do século XVII.
 Santidade de Jaguaribe
 As “Santidades" profetizavam a chegada de um tempo sem mal e, à medida que avançava a colonização, tornaram-se claramente antilusitanas em seu espírito, metamorfoseando-se numa espécie de rebelião de traço anticolonial. Ocasionalmente desfechavam ataques contra a zona açucareira, e com o tempo acolheriam também escravos africanos fugitivos.
  A mais importante dessas insurreições eclodiu na área do Recôncavo Baiano – a “Santidade de Jaguaripe" – com elementos de rito tupinambá, que prometiam o paraíso terrestre. Apesar da organização de expedições punitivas, o grupo cresceu, e em 1610 o governador da rica capitania da Bahia mencionava a existência de 20 mil insurretos. 
 A partir de 1613, porém, a metrópole conduziu verdadeiras guerras de extermínio contra as “Santidades", e após 1628 já não há referências a elas.
(Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 43-54. Adaptado.)

A - HORA DO DESAFIO
·         Primeiro faça uma lista das palavras que você não conhece e escreva seu significado consultando um dicionário – vai ajudá-lo a entender melhor o texto.

 1. O que foram as revoltas coletivas de nativos denominadas “Santidades”?
 2. Escreva um parágrafo sobre a importância de conhecer a Santidade de Jaguaribe para saber mais sobre as relações entre os indígenas e os europeus.
3. A história do texto pode ser comparada a atua situação dos povos indígenas brasileiros atuais? Esclareça.

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