SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA
Coordenação do Ensino Fundamental Anos Finais
COMPONENTE CURRICULAR: Arte
ARTICULADOR: Valdirene
Soares de Almeida Pires
DATA: 03/05/2022
HORÁRIO: 8:00h às
11:30h (matutino)
13:30
às 17:00h (vespertino)
PAUTA:
1º Momento: Acolhida/Oração/ Texto “ O que da vida não se
descreve?”
O que da vida não se descreve...
Eu me recordo daquele dia. O professor de redação me desafiou a
descrever o sabor da laranja. Era dia de prova e o desafio valeria como
avaliação final. Eu fiquei paralisado por um bom tempo, sem que nada fosse
registrado no papel. Tudo o que eu sabia sobre o gosto da laranja não podia ser
traduzido para o universo das palavras. Era um sabor sem saber, como se o
aprimorado do gosto não pertencesse ao tortuoso discurso da epistemologia e
suas definições tão exatas. Diante da página em branco eu visitava minhas
lembranças felizes, quando na mais tenra infância eu via meu pai chegar em sua
bicicleta Monark, trazendo na garupa um imenso saco de laranjas. A cena era tão
concreta dentro de mim, que eu podia sentir a felicidade em seu odor cítrico e
nuanças alaranjadas. A vida feliz, parte miúda de um tempo imenso; alegrias
alojadas em gomos caudalosos, abraçados como se fossem grandes amigos, filhos
gerados em movimento único de nascer. Tudo era meu; tudo já era sabido, porque
já sentido. Mas como transpor esta distância entre o que sei, porque senti,
para o que ainda não sei dizer do que já senti? Como falar do sabor da laranja,
mas sem com ele ser injusto, tornando-o menor, esmagando-o, reduzindo-o ao
bagaço de minha parca literatura?
Não hesitei. Na imensa folha em branco registrei uma única frase.
"Sobre o sabor eu não sei dizer. Eu só sei sentir!"
Eu nunca mais pude esquecer aquele dia. A experiência foi reveladora. Eu
gosto de laranja, mas até hoje ainda me sinto inapto para descrever o seu
gosto. O que dele experimento pertence à ordem das coisas inatingíveis.
Metafísica dos sabores? Pode ser...
O interessante é que a laranja se desdobra em inúmeras realidades. Vez em
quando, eu me pego diante da vida sofrendo a mesma angústia daquele dia. O que
posso falar sobre o que sinto? Qual é a palavra que pode alcançar, de maneira
eficaz, a natureza metafísica dos meus afetos? O que posso responder ao
terapeuta, no momento em que me pede para descrever o que estou sentindo? Há
palavras que possam alcançar as raízes de nossas angústias?
Não sei. Prefiro permanecer no silêncio da contemplação. É sacral o que sinto,
assim como também está revestido de sacralidade o sabor que experimento.
Sabores e saberes são rimas preciosas, mas não são realidades que sobrevivem à
superfície.
Querer a profundidade das coisas é um jeito sábio de resolver os conflitos.
Muitos sofrimentos nascem e são alimentados a partir de perguntas idiotas.
Quero aprender a perguntar menos. Eu espero ansioso por este dia. Quero
descobrir a graça de sorrir diante de tudo o que ainda não sei. Quero que a
matriz de minhas alegrias seja o que da vida não se descreve...
Após a mensagem,
fazer uma breve reflexão a certa dos seguintes questionamentos:
· O que da vida não
se descreve?
· O que te marcou ao
longo desses anos de vida?
· Será que você tem
marcado a vida de alguém? Já ouviu algum relato sobre isso?
Conclusão: As
marcas deixadas pelos professores serão carregadas pelos alunos por toda a
vida. Os primeiros professores são uma extensão da família emocional.
Eles serão lembrados até por uma simples atividade que tenha realizado, uma
palavra bem dita ou mal dita, se era amorosa, chata, brava, calma, enérgica, se
gritava, se era paciente ou não.
Obs: Citar uma fala
de Cortella sobre o professor da educação infantil e o dos demais seguimentos.
Por isso, estimado
professor, questione sempre quais marcas você quer deixar para seus alunos,
além do seu conhecimento escolar! Seja uma inspiração positiva na redação,
experiência, relatos de seus antigos alunos.
2º Momento:
Avaliação diagnóstica
Esse momento os professores deverão preencher as fichas diagnósticos, calculando
uma média geral para os critérios avaliados no decorrer da aplicação das
sequências didáticas trabalhadas, dessa maneira construirá um perfil para as
turmas colaborando para a construção do Planejamento anual. Fazer a leitura dos
resultados em grupo, apresentar aos demais professores e abrir espaço para
pontuarem outras situações que não foram apresentadas.
3º Momento: Seleção de habilidades e objetos de conhecimento essenciais
- flexibilização curricular - recuperação da aprendizagem
Em grupo selecionar as habilidades prioritárias que serão desenvolvidas
ao longo do ano.
6º Momento: Considerações sobre a sequência didática
Complementar a semana seguinte com material que ficou de fora da sequência
didática.
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